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ADUBAÇÃO ORGÂNICA: Saiba como ela influencia na melhoria da fertilidade do solo, e no aumento da produtividade agrícola.


A aplicação de adubos orgânicos tem como objetivo fertilizar o solo, tornando as suas características físicas, químicas e biológicas ideais para o pleno desenvolvimento dos vegetais. Além disso, quando bem manejados, aceleram o crescimento das plantas e aumentam a produtividade da lavoura.

Adubação orgânica: uma boa alternativa para o solo

O uso de rejeitos agroindustriais como fonte de fertilizantes orgânicos é eficaz, já que a aplicação destes traz diversos benefícios além do fornecimento de nutrientes. Para ilustrar a possibilidade de uso, é possível citar os seguintes: dejetos suínos, cama de frango, resíduo bovino de confinamento, torta de cana e vinhaça oriundas das usinas sucroalcooleiras, dentre outros. 

A sugestão da utilização destes substratos na agricultura é uma prática que merece atenção não apenas por se apresentar como uma alternativa economicamente viável, mas também como uma técnica para melhorar a fertilidade do solo. Observando que, os gastos relacionados à aplicação de rejeitos são, principalmente, de ordem logística restringindo-se ao operacional. Nesse sentido, apostar na utilização destes substratos pode trazer benefícios para o bolso do produtor rural, tanto por reduzir custo quanto ao insumo necessário à produção quanto em relação ao ganho de produtividade por área.

Vale ressaltar que, a aplicação de resíduos no solo deve observar a capacidade poluente destes, avaliando a necessidade de aplicação de medidas mitigatórias e compensatórias das alterações induzidas no meio. Grande parte dos rejeitos podem ser aplicados sem que haja tratamento prévio, em contrapartida, uma parcela deles deve ser submetida a procedimento de beneficiamento para que possa ser caracterizado como fertilizante orgânico. 


Qual é a diferença entre adubo orgânico e inorgânico?

A principal diferença entre esses dois tipos de fertilizantes é que o adubo orgânico se origina da matéria orgânica — ou seja, da matéria-prima oriunda de resíduos animais e vegetais —, enquanto o inorgânico é obtido por meio da extração de minerais. Ambos são vantajosos para os cultivos e indispensáveis para o bom desenvolvimento da lavoura. Cabe ao agrônomo avaliar o que melhor se adéqua a cada caso.

Contudo, a composição de cada um faz com que o solo e os cultivares respondam de maneiras diferentes à fertilização, especialmente no decorrer do tempo. Os adubos inorgânicos (também chamados de fertilizantes químicos) é uma mistura de sais dos macro e micronutrientes que as plantas necessitam para se desenvolver.

Há duas grandes vantagens em usar esse tipo de adubo. Uma é que é possível saber com maior precisão a quantidade de cada nutriente aplicado no solo, e a outra é que eles têm uma ação imediata. Porém, um dos riscos que se corre ao utilizar adubo inorgânico é exagerar na dose, danificando o cultivo.

Quais os tipos de adubos orgânicos?

1. Compostagem

Uma das maneiras mais comuns de enriquecer o solo é fazer a reciclagem do lixo orgânico. Toda e qualquer sobra de matéria orgânica pode ser aproveitada: restos de alimentos não cozidos, cascas e talos de vegetais, bagaço de cana-de-açúcar, palhadas etc.

Como todo composto de origem vegetal ou animal, essas sobras devem passar pelo processo de decomposição antes de serem aplicadas no solo. Isso faz com que toda a variedade de nutrientes fique disponível para ser absorvida e não provocar alterações na microbiota do solo.

2. Humus de minhocas

O húmus de minhoca é um dos melhores e mais conhecidos adubos orgânicos. A matéria orgânica originada da ação e da digestão desses organismos mantém o solo constantemente fértil. Além disso, a presença de minhocas na lavoura é extremamente benéfica, já que o seu deslocamento cria túneis, aumentando a aeração do solo e substrato.

3. Esterco de Herbivoros e outros animais

Também bastante tradicional, o esterco de animais é amplamente utilizado em lavouras. Feitos com dejetos de aves, suínos e bovinos, esses compostos também precisam passar por uma compostagem prévia, já que existe o risco de contaminação por agentes patogênicos presentes nas fezes.

Outros resíduos animais também constituem uma excelente fonte de nutrientes. É o caso, por exemplo, dos dejetos de crustáceos e peixes provenientes da aquicultura e da piscicultura.

4. Cinzas de madeira

As cinzas de madeira são outro tipo de adubo orgânico muito utilizado por produtores rurais. Além de serem uma ótima fonte de macro e micronutrientes, são bastante aplicadas para aumentar a resistência dos cultivos, principalmente ao ataque de pragas. É preciso ter cuidado apenas para não utilizar madeira tratada nem pintada.

5. Adubação Verde

A chamada adubação verde consiste, na verdade, no consórcio de culturas. Isso nada mais é que plantar duas ou mais espécies de cultivares no mesmo local e na mesma época. As conhecidas plantas companheiras são extremamente benéficas, pois fixam nitrogênio no solo, auxiliando o pleno desenvolvimento de todo o ecossistema.

Essas espécies normalmente são leguminosas (um exemplo mais comum é o consórcio de milho com feijão) e proporcionam uma série de vantagens ao produtor, além da própria fertilização do substrato. Elas ajudam no controle de ervas daninhas e mantêm uma excelente cobertura viva e morta do solo. O plantio de leguminosas está associado à recuperação de solos pobres e desgastados pela monocultura prolongada.


Figura. Exemplo de adubação verde no solo.


 

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