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MICROBIOLOGIA DO SOLO E A SUA IMPORTÂNCIA PARA A FERTILIDADE DO SOLO!

A microbiologia do solo é o habitat de uma grande diversidade de microrganismos e macrorganismos que atuam na transformação e decomposição da matéria orgânica, ciclagem de nutrientes e no fluxo de energia no solo.

Na agricultura, de maneira geral, a vida do solo tem uma influência direta nas características físicas, químicas e biológicas do solo, estando diretamente ligada à produtividade e qualidade das colheitas.

A microbiologia constitui um dos cinco fatores que interagem na formação do solo, em conjunto com o clima, topografia, material parental e tempo. Portanto, é um dos elementos essenciais que ajudam ativamente na melhoria e manutenção da qualidade do solo para permitir o desenvolvimento dos mais diversos tipos de culturas.

O que é microbiologia do solo?

A microbiologia do solo pode ser definida como o conjunto de organismos vivos presentes no solo, suas funções e como eles afetam as propriedades do solo. Os microrganismos do solo podem ser classificados como bactérias, actinomicetos, fungos, protozoários e vírus. Cada um desses grupos tem características diferentes que definem os organismos e funções diferentes no solo em que vivem.

É importante ressaltar que esses organismos não existem isolados, eles interagem entre si e essas interações influenciam a fertilidade do solo e, consequentemente, a produtividade da cultura e a lucratividade do produtor. 

O papel dos microrganismos na fertilidade do solo

A microbiologia do solo exerce um papel fundamental no sucesso das lavouras agrícolas. Os microrganismos atuam na manutenção da fertilidade do solo através da ciclagem de nutrientes, influenciando sua disponibilidade, melhorando a estrutura do solo, apoiando o crescimento saudável das plantas e degradando poluentes orgânicos.

Coletivamente, os microrganismos do solo desempenham um papel essencial na decomposição da matéria orgânica, na ciclagem de nutrientes – como disponibilização de P, mineralização e Fixação do N – e na fertilização do solo. Quando o solo é pobre em microrganismos ocorre perda nos teores de matéria orgânica, o que representa um sério problema para o sistema agrícola.

Dessa forma, a agricultura está ligada à atividade dos microrganismos presentes no solo, pois estes são decompositores de restos vegetais e animais para assim transformá-los em gases e elementos minerais capazes de serem utilizados por outros organismos. Tudo isso contribui para a produção de matéria orgânica e para a construção de um solo fértil.

Vale lembrar que a fertilidade não é empregada para a quantidade de nutrientes presentes no solo, mas sim, pela atividade microbiana que torna os nutrientes disponíveis para as culturas.

A ausência de matéria orgânica significa perda de uma importante fonte de fósforo, nitrogênio e enxofre para as plantas, bem como outros nutrientes. Também ocorre redução da capacidade de armazenamento de água no solo, além de redução da capacidade de reter íons de cálcio, magnésio e potássio, nutrientes fundamentais para o desenvolvimento das plantas.

Os microrganismos possuem, ainda, função estrutural do solo (estrutura física), através da excreção de substância capazes de cimentar os agregados do solo, o que ajuda a evitar erosões. Fungos filamentosos auxiliam, também, na agregação do solo através de suas hifas e sua capacidade de rede capilar.

Resumindo, a microbiologia do solo é responsável por:

  • Degradação da matéria orgânica;
  • Ciclagem e transporte de nutrientes;
  • Fluxo de energia;
  • Fixação biológica de nitrogênio;
  • Controle de patógenos;
  • Decomposição de xenobióticos.

Como melhorar a microbiologia do solo?

O equilíbrio das características físicas, químicas e biológicas do solo são fundamentais para que a cultura possa expressar todo o seu potencial produtivo e alcançar altos índices de produtividade e lucratividade. 

Para preservar e aumentar a atividade da microbiologia do solo, é necessário fornecer condições adequadas ao desenvolvimento e sobrevivência destes microrganismos. Cuidados com a temperatura do solo, água, oxigênio disponível, pH e resíduos orgânicos são indispensáveis para atingir esse objetivo.

Mas, como colocar isso em prática? O equilíbrio biológico do solo é favorecido por práticas de manejo que estimulem a diversidade de plantas, como as que citamos abaixo:

  • Cobertura do solo: contribui para manter a temperatura do solo amena, além de favorecer a infiltração de água e melhorar a umidade.
  • Rotação de culturas: a rotação de culturas favorece a ciclagem de nutrientes e melhora as propriedades biológicas do solo.
  • Plantio direto: ajuda a preservar os agregados do solo, a matéria orgânica e os resíduos superficiais de safras anteriores.

Todas essas práticas contribuem para estimular, manter e melhorar a atividade da microbiologia do solo. Dessa forma, estabelecem um ciclo que contribui para um melhor desenvolvimento das plantas e maiores produtividades. Quando adotadas em conjunto, os resultados são ainda melhores. 

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