O solo é um elemento essencial para a agricultura. Ele é a base de todo o trabalho e, por isso, é fundamental dar a ele o devido cuidado. Afinal, sua qualidade impacta diretamente na produtividade da safra. Por outro lado, a falta de um manejo adequado pode gerar uma doença do solo, que poderia comprometer toda a produção.
Para evitar isso, leia este artigo que apontará as principais pragas e doenças do solo. Saiba também quais são as melhores práticas para prevenir esses problemas, especialmente nas lavouras de cana, milho, soja e café!
O que são doenças do solo?
O solo nada mais é do que a superfície que cobre a crosta terrestre. Ele é composto de minerais, como limo, areia, pedras e argila, e de matéria orgânica. Acontece que, se não houver o devido cuidado, essa área de plantio pode se tornar um vetor de doenças e pragas capazes de contaminar toda a plantação.
Dessa forma, ele se transforma em um terreno fértil para o desenvolvimento e a propagação de insetos e fungos que atacam a lavoura, impactam no seu crescimento e/ou danificam as plantas. Os sintomas são muito variados, dependendo do agente causador, do vigor da planta e das condições ambientais.
O pior é que, no geral, após a contaminação, o patógeno continua presente no solo por longo tempo. Assim, sua remoção nem sempre é fácil. Por isso, a prevenção é sempre o melhor caminho. Mas antes de focar nas soluções, vamos conhecer um pouco mais sobre as doenças do solo.
Quais são as principais doenças do solo?
Para entender melhor a ação desses patógenos, vamos dividi-los em dois grupos: as pragas e as doenças fúngicas.
Pragas do solo
Aqui, destacamos os insetos que danificam as plantas, quer estejam em sua fase adulta, quer enquanto larvas.
Lagarta-elasmo ou broca do colo (Elasmopalpus lignosellus)
Causa grandes danos em curto período a lavouras de amendoim, feijão, milho, soja, trigo e arroz. As larvas atacam o colo da planta, impedindo seu crescimento. A planta murcha e morre.
Quando a infestação é constante, recomenda-se a aplicação de defensivos agrícolas nas sementes e, em períodos de seca, na área de plantio.
Tamanduá-da-soja (Sternechus subsignatus)
Também conhecido como bicudo-da-soja, é um tipo de besouro que ataca principalmente as lavouras dessa cultura. Em sua fase adulta, saem do solo por volta de novembro e dezembro para alimentar-se e desenvolver-se antes de começar a voar. Por ter essa capacidade de locomoção, espalham-se muito rapidamente na área de plantio.
As fêmeas cavam um pequeno orifício na haste da planta para colocar seus ovos. Então, a larva se desenvolve no interior do caule. No mês de março, ela desce para o solo, onde ficam encasuladas até outubro, entrando na fase de pupa, que dura umas 3 ou 4 semanas. Por fim, em novembro, completam seu ciclo biológico, tornando-se adultas e emergindo do solo.
Como o inseto raspa a haste da planta, enfraquecendo seus tecidos de suporte, elas podem se quebrar facilmente em ocorrências de chuvas ou vento, reduzindo seu potencial produtivo.
Coró da soja (Phyllophaga cuyabana)
Também conhecido como larva de besouro, ele vive no solo e consome as raízes de diversos tipos de lavouras, como feijão, morango, milho, soja e hortaliças de uma forma geral. Com isso, a planta pode não se desenvolver ou, dependendo do seu estágio, ter sua produtividade comprometida.
Depois que se espalha, sua remoção é muito difícil, mesmo com o uso de defensivos. Uma das recomendações é a adoção de adubo verde, como a crotalária, que pode ser plantada antes de outras culturas. A larva se alimenta das suas raízes e morre antes de atacar a próxima plantação.
Broca-do-café (Hypothenemus hampei)
Pode ser observada em qualquer região produtora de café do mundo. Ela ataca o fruto independentemente do estágio de maturação, mesmo que já esteja seco. Como resultado, há a perda de peso e de qualidade do grão. Os grãos ficam furados em uma quantidade proporcional ao nível de infestação da praga, fazendo o café perder seu valor comercial.
Doenças fúngicas
Como o nome sugere, o patógeno aqui são os fungos, organismos muitas vezes microscópicos e, como parasitas, prendem-se a animais e vegetais para extrair seu alimento. Com isso, podem provocar doenças e deformações em outros seres vivos. Veja alguns que acometem as principais culturas.
Tombamento (Rhizoctonia solani)
Ele apodrece as raízes no início do desenvolvimento de diversos tipos de lavoura, como soja, milho, algodão, amendoim, arroz, sorgo, entre outros. Dessa forma, prejudica a formação da planta, influenciando a pigmentação das folhas e até causando necrose do tecido vascular do vegetal, o que impede o fluxo da seiva em seu interior.
Antracnose (Colletotrichum dematium var. truncata)
Ataca principalmente a soja. Ela permanece no solo e causa a morte das plantas mais jovens. As vagens da soja ficam escurecidas e retorcidas, podem cair e têm o seu número fortemente reduzido. O mesmo pode ocorrer com as sementes.
Podridão do abacaxi (Ceratocystis paradoxa)
Doença atinge a cana-de-açúcar, entre outras culturas. Por meio de aberturas naturais ou machucados na planta, o fungo entra e coloniza a planta. Se o solo estiver contaminado, o tolete de plantio se torna a porta de entrada para o organismo. Como consequência, percebe-se uma baixa germinação na lavoura e a morte de novos brotos.
O diagnóstico se dá pela observação de uma coloração avermelhada no interior da cana, que exala um cheiro de abacaxi, característica que dá nome à doença. Como o fungo sobrevive por meio da alta umidade, é muito encontrado em locais de temperaturas mais baixas e solos argilosos e encharcados.
É claro que as pragas e doenças do solo não se restringem a essas aqui mencionadas. Cada cultura vai ter ocorrências mais comuns. No entanto, existem práticas que ajudam a reduzir substancialmente o impacto desses problemas.
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