Uma planta é considerada daninha quando cresce onde não é desejada. Ela causa mais danos que benefícios às culturas de interesse do produtor. Isso porque ocupa o lugar dessas culturas e compete por água, luz e nutriente do solo.
Também é conhecida como erva daninha, mato, planta invasora, planta infestante, erva má e entre outros nomes.
Suas principais características são:
- Rápida germinação;
- Crescimento e florescimento rápidos;
- Produção elevada de sementes;
- Sistema radicular abundante;
- Grande capacidade de absorver nutrientes e água do solo;
- Rápida disseminação;
- Fácil propagação;
- Resistentes às variações ambientais;
- Podem liberar toxinas prejudiciais ao desenvolvimento da cultura;
- Reduzem a qualidade dos grãos;
- Provocam maturação desuniforme da cultura;
- Dificultam a colheita.
Controle de plantas daninhas: por que fazer?
Para garantir a produtividade da lavoura é preciso fazer o controle de plantas daninhas. Essa prática permite:
Evitar perdas na lavoura
Segundo um levantamento da Embrapa, plantas daninhas geram perdas que chegam a 15% da produção mundial de grãos todos os anos. Sem um controle adequado, essas perdas podem chegar a 40% na produção de uma lavoura.
Evitar sobrevivência de pragas e doenças
Algumas plantas daninhas podem hospedar pragas e doenças das culturas, permitindo que uma quantidade significativa sobreviva nas áreas de cultivo no período de entressafra. Além disso, os insetos-praga sobreviventes podem ser resistentes às culturas Bt, dificultando a preservação dessa tecnologia.
Otimizar a colheita
As plantas daninhas podem prejudicar tanto a colheita manual quanto a mecânica. Na colheita manual, os trabalhadores podem sofrer danos nas mãos por meio do contato com certas plantas, como por exemplo a dormideira, que tem espinhos. Já na colheita mecânica, ela pode prejudicar o funcionamento de colhedoras.
Impedir o aumento da infestação
O controle de plantas daninhas é mais eficaz quando o nível de infestação ainda é baixo. A dessecação pré-plantio e o manejo nas fases iniciais da cultura são práticas que impedem o aumento da infestação por essas plantas.
Aumentar a produtividade
Quando se evita perdas na produção, ocorre, consequentemente, maior rendimento da cultura. Dessa forma é possível garantir maior sustentabilidade e maior preservação do meio ambiente.
Métodos de controle de plantas daninhas
Existem diversas alternativas para fazer o controle de plantas daninhas. Mas não podemos pensar em controlar as invasoras com medidas isoladas.
O uso de herbicidas, uma das opções, deve ser feito com cautela pois eles podem selecionar plantas resistentes.
Da rotação de cultura à limpeza de máquinas, os métodos de controle são variados e podem ser feitos de diversas formas. Confira alguns desses métodos:
1. Controle Preventivo
Adotar algumas ações podem reduzir o aparecimento de plantas daninhas na lavoura. São medidas que estão ao alcance do produtor, como a limpeza rigorosa de implementos e maquinário e uso de sementes certificadas.
Essas práticas previnem a entrada de sementes de plantas daninhas no campo de cultivo e impedem que se proliferem.
2. Controle Cultural
- O controle cultural consiste na:
- Escolha de espécies adaptadas à região de plantio
- Escolha da época de plantio
- Densidade e no espaçamento entre as plantas
- Rotação de cultura.
Dentre essas associações de estratégias, temos o plantio direto como base de formação de uma massa de cobertura sobre o solo. A cobertura inibe a emergência de algumas espécies de plantas daninhas (principalmente gramíneas e espécies de ciclo anual) que necessitam mais luz para germinar.
3. Controle Físico
O controle físico pode ser realizado por meio da solarização do solo, com fogo e/ou inundação. Para se fazer a solarização, utiliza-se uma cobertura de polietileno transparente. Com isso, a temperatura do solo aumenta, matando o embrião da planta daninha – a plântula.
Quantidade de luz, umidade do solo, tempo de permanência da cobertura são fatores que influenciam no sucesso da prática.
O uso do fogo eleva a temperatura da planta em um curto espaço de tempo, ocasionando a sua morte. Já na inundação são usadas lâminas de água em espaços abertos no terreno, chamados de tabuleiros ou quadros.
4. Controle Químico
O controle químico de plantas daninhas é feito com uso de defensivos, mais especificamente de herbicidas. É de fundamental importância o conhecimento sobre a dinâmica dos herbicidas e seus diferentes mecanismos de ação na planta invasora.
É preciso saber a dose correta do produto associada à tecnologia de aplicação. o momento correto de aplicação de acordo com o estádio de desenvolvimento da planta daninha e número de aplicações. Muitas vezes é utilizado como tática uma única aplicação ou aplicações sequenciais.
A tecnologia tem otimizado a aplicação de defensivos químicos no campo. O controle químico, hoje, é feito com o uso de pulverizadores tratorizados e aéreos.
5. Controle Mecânico
O controle mecânico de plantas daninhas é feito por meio do arranquio manual ou uso de equipamentos como a enxada e cultivadores (enxada fixa ou rotativa).
Mesmo após a introdução de herbicidas no mercado, o uso desses equipamentos é muito comum. Principalmente em pequenas propriedades, em que o emprego de outros métodos de controle é limitado devido à falta de equipamentos e à topografia do terreno. Já em grandes propriedades, o uso do controle mecânico de plantas daninhas é bastante reduzido, em razão da necessidade de maior agilidade.
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