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DEGRADAÇÃO DO SOLO | Saiba as causas de degradação e as práticas que conservam o solo!

A degradação do solo está associada a um declínio na qualidade dos atributos físicos, químicos, biológicos e ecológicos do solo que resultam na sua perda de biodiversidade, estrutura e matéria orgânica por meio de processos de erosão e compactação, bem como atribuições ecossistêmicas prejudicadas.

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A degradação do solo resulta em perda da capacidade de produção da terra. Além disso, o mal uso do solo, causa erosão, contaminação, salinização e vedação, que aceleram a perda da biodiversidade do solo ao comprometer ou destruir o habitat da sua microbiota.

O mau uso do solo resulta na poluição agrícola, industrial e comercial, perda de terras aráveis, devido à expansão urbana sobre pastoreio, práticas agrícolas insustentáveis e mudanças climáticas de longo prazo. De acordo com um relatório recente das Nações Unidas, quase um terço das terras cultiváveis do mundo desapareceu nas últimas quatro décadas. Também foi identificado que todo o solo superficial do mundo poderá se tornar improdutivo dentro de 60 anos se as taxas atuais de perda continuarem.

Os declínios na área total de solo adequado para a produção de alimentos surgem pelos processos principais:

Hoje, a degradação do solo afeta aproximadamente 15% da superfície terrestre livre de gelo, e a erosão irreversível ocorreu em uma área de aproximadamente 430 milhões de hectares. Os efeitos da erosão do solo vão além da perda de terras férteis. Isso levou ao aumento da poluição e sedimentação em córregos e rios, obstruindo esses cursos de água e causando declínio de peixes e outras espécies.

Terras degradadas também costumam ser menos capazes de reter água, o que pode piorar as enchentes. O uso sustentável da terra pode ajudar a reduzir os impactos da agricultura e da pecuária, evitando a degradação e erosão do solo e a perda de terras valiosas para a desertificação. 

Os agricultores sabem dessas práticas e usam estratégias para evitar ao máximo que a degradação ocorra.

Práticas que conservam o solo

Os sistemas encontrados na agricultura de conservação são muito variados, pois a escolha das práticas é feita de acordo com as características da lavoura (clima, solo, produção). A agricultura conservacionista é baseada em três princípios agronômicos principais, aplicados simultaneamente: semeadura direta sem qualquer preparo do solo, cobertura permanente (vegetal ou orgânica) do solo e diversificação da rotação de culturas.

O principal objetivo dessa combinação de princípios é reduzir a degradação do solo e, em última instância, melhorar a fertilidade por meio do uso intensivo de processos biológicos e ecológicos do ecossistema do solo.

Sistema de plantio direto

O cultivo conservacionista, em que o plantio direto está inserido, é efetuado sem as tradicionais arações e gradagem do solo. O revolvimento do solo acontece somente nas linhas de semeadura, onde são depositadas as sementes e é efetuada a adubação.

Plantio Direto, um exemplo de cuidado com o solo

O sistema de plantio direto consiste, basicamente, em não revolver o solo e manter a palhada da cultura anterior na superfície do solo. O processo de obtenção de uma boa palhada pode levar até 10 anos. Uma palhada eficiente cobre cerca de 80% do solo e seus benefícios são:

  • redução do impacto das chuvas;
  • menor desagregação das partículas e a compactação do solo; 
  • menor escorrimento superficial;
  • aumento da capacidade de infiltração da água no solo;
  • maior quantidade de água no solo;
  • favorecimento da atividade biológica do solo;
  • aumento no teor de matéria orgânica;
  • auxílio no controle de plantas daninhas.

Além disso, o custo de produção em plantio direto reduz ao longo dos anos, quando se mantém um manejo correto. A rotação de culturas é também uma prática muito importante para quem adota o sistema de plantio direto.

Rotação de culturas

A rotação de culturas ajuda a conservar o solo e auxilia no controle de pragas e doenças da lavoura. A rotação de culturas, consiste na alternância do plantio de diferentes espécies vegetais, de forma planejada, numa mesma área. Sem repetição de uma espécie vegetal no mesmo lugar, em um intervalo de tempo inferior a um ano.

Desta forma, para maximizar a eficiência da rotação de culturas, precisamos planejar o que será plantado e tomar alguns cuidados no plantio e manejo das culturas. Algumas práticas que precisam ser consideradas, são:

  • Rotacionar culturas comerciais, porque assim podemos ter renda com a colheita da lavoura;
  • Utilizar culturas que tenham diferentes sistemas radiculares, por exemplo, gramíneas com leguminosas. Esse cuidado faz com que cada espécie deixe um efeito positivo para o solo e a cultura seguinte;
  • Utilizar espécies com alta produção de biomassa, sempre que possível, e fazer o consórcio com outras culturas comerciais;
  • Utilizar espécies que não multipliquem pragas e patógenos da cultura principal e que ajudem na diminuição da população de plantas daninhas.

No Brasil, a maioria das rotações de cultura são realizadas com plantas de cobertura e adubos verdes. Para a rotação de culturas com a soja, por exemplo, podemos utilizar o trigo, a cevada e a aveia branca, isso no inverno. Já no verão, o milho, o sorgo, o algodão e o girassol são as culturas recomendadas.

A rotação de culturas juntamente com o melhoramento genético traz benefícios que crescem com o passar das safras. Com o passar dos anos, podemos obter um melhor desempenho das cultivares utilizadas, pela maior eficiência na absorção de nutrientes e menor sensibilidade das plantas a estresses de umidade, por exemplo.

Adubos verdes

A adubação verde é uma prática agrícola que já é realizada há muito tempo. Ela aumenta a capacidade produtiva do solo, ajuda na recuperação dos solos degradados e melhora áreas com baixa fertilidade do solo.

É preciso levar em conta que a utilização da adubação verde trará benefícios para a cultura que virá depois dela. As espécies de gramíneas, por exemplo, têm maior relação C:N (carbono: nitrogênio) e por isso decompõe mais devagar no solo. Como produzem maior quantidade de matéria seca, evitam a erosão, protegendo o solo do impacto direto das gotas de chuva e/ou irrigação, e diminuindo a velocidade do escoamento superficial da água.

Integrar para conservar

Atualmente, um sistema de produção que vem crescendo e trazendo muitos benefícios produtivos associados à conservação do solo, são os sistemas integrados de produção. Eles representam uma alternativa para a produção sustentável de alimentos, fibra, madeira e até para a produção de energia.

A implantação dos sistemas integrados pode nos ajudar a desenvolver diferentes cadeias produtivas numa mesma área. A junção das diferentes cadeias diminui os custos de produção, reduz os impactos ambientais e aumenta a produtividade.

Por definição, os sistemas integrados são aqueles que em uma mesma área há uma integração em dois ou mais sistemas de produção agrícola, da pecuária ou de silvicultura. Essa integração pode ser por consórcio, rotação ou sucessão de sistemas.

Podemos dividir os sistemas integrados em quatro diferentes tipos:

  • Agropastoril – Integração Lavoura-Pecuária (ILP)
  • Silvipastoril – Integração Pecuária-Floresta (IPF)
  • Silviagrícola – Integração Lavoura-Floresta (ILF)
  • Agrosilvipastoril – Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF)

A ILPF reúne todos os componentes agrícola, pecuária e florestal em um único sistema. A lavoura pode ser implantada no início da implantação florestal ou em ciclos, durante o desenvolvimento do sistema. No sistema ILPF, a lavoura é o componente que precisa de maiores cuidados iniciais, pois é com a produção que serão pagos os primeiros investimentos feitos para a implantação do sistema.

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CRÉDITOS: CropLife Brasil

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