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MELHORES PRÁTICAS DO MERCADO PARA NUTRIÇÃO DE GADO LEITEIRO!

 

As grandes extensões de terra do Brasil permitem que as atividades pecuárias sejam desenvolvidas em campo aberto. Entretanto, o aumento da demanda alimentar mundial e da conscientização ambiental (que solicita redução na área destinada ao setor) exige maior eficiência na produção. Nesse contexto, a nutrição para gado leiteiro faz parte de uma estratégia-chave para impulsionar a produtividade.

Quando o assunto é criação de animais, a alimentação pode chegar a 70% dos custos variáveis da cadeia produtiva. No sistema leiteiro, 25% das diferenças na produção de um rebanho são atribuídas pela composição genética dos bovinos e 75% são explicadas por fatores externos. Isso significa que a nutrição é um dos fatores determinantes da produtividade e da lucratividade nesse ramo, aliada ao bem-estar dos animais.

As melhores práticas para a nutrição do gado

Para garantir a produtividade do gado leiteiro, mas com a máxima eficiência dos recursos, é fundamental executar algumas práticas em nutrição animal, dado a sua parcela nos custos de produção e a grande influência que exerce nos lucros do negócio.

Para tanto, deve-se investir em manejo das pastagens, oferecer suplementação alimentar, garantir o equilíbrio entre alimento volumoso e concentrado, prover água de qualidade e em abundância. Além disso, é preciso buscar por raças geneticamente superiores, que tenham alta performance na conversão alimentar.

Antes, é preciso saber quais são os aspectos que envolvem a criação de gado leiteiro e entender de que forma eles influenciam na produção dos bovinos para, então, estabelecer estratégias que vão garantir a realização adequada dessas boas práticas. Veja no tópico a seguir.

Os fatores que determinam a boa produtividade do gado leiteiro

Como dissemos anteriormente, mais da metade da produtividade do gado leiteiro é determinada por fatores externos e o restante, por características genéticas. Vejamos com mais detalhes cada um desses pilares da criação de animais.

Composição genética

A seleção de características que conferem melhor adaptabilidade e resultam em melhores índices de produtividade animal é uma prática antiga — surgiu desde os primórdios da domesticação de animais. O cruzamento entre linhagens ao longo do tempo origina gerações de bovinos capazes de aproveitar mais os nutrientes dos insumos e de produzir quantidades extraordinárias de leite em muito pouco tempo.

Porém, ter vacas de raças superiores na fazenda não garante que a sua performance seja igualmente superior. Para que a sua produtividade seja condizente com o seu código genético é fundamental que a nutrição para gado leiteiro seja, também, de qualidade elevada.

Visto que os custos de produção mais onerosos são com a alimentação, a estratégia mais certeira é justamente investir em uma dieta de qualidade. Dessa forma, se garante a rentabilidade (ROI) e, consequentemente, os lucros do negócio.

Bem-estar animal

Sabe-se que animais bem tratados, que são mantidos em ambientes confortáveis, higienizados e pacíficos (com boas práticas dos tratadores) respondem positivamente, com uma excelente produção.

Independentemente do sistema de criação (pasto ou confinamento), assegurar o conforto e a saúde animal faz com que o organismo deles aproveite os nutrientes da dieta (de qualidade superior) para otimizar a produção. Logo, isso tudo maximiza o potencial genético das raças.

Interferência da sazonalidade

A época de seca em regiões centrais do Brasil diminui a qualidade e a disponibilidade do pasto. Para evitar baixas na produtividade do rebanho, deve-se traçar um plano para garantir a constância nutricional ao longo do ano todo. Isso pode ser feito com o manejo das pastagens e com a oferta de suplementação alimentar (tanto para sistemas intensivos quanto extensivos).

A escolha da dieta nutricional do gado leiteiro

Antes de tudo, é preciso ressaltar que não existe uma fórmula mágica e pronta para a elaboração da dieta dos animais. O que existe é uma fórmula mais adequada para cada rebanho, em cada fazenda.

Isso porque, visto que apenas 25% da sua produtividade são referentes à genética — e que ela é influenciada por fatores ambientais —, a região onde a fazenda está localizada, a espécie de forrageira oferecida e as condições de tratamento são elementos categóricos na formulação da dieta.

Além disso, é preciso ter em mente que o déficit nutricional está atrelado à finalidade produtiva do rebanho. Ou seja, às metas estabelecidas pelo gestor (como aumento do volume de litros de leite ou do teor de gordura, por exemplo). Isso significa que há uma diferença entre os nutrientes que garantem as funções vitais do animal e a quantidade desses nutrientes que ele precisa ingerir para alcançar determinada finalidade.

É exatamente a isso que se referem as exigências nutricionais dos bovinos. Como cada rebanho é único e fazendas têm objetivos distintos, as dietas também serão exclusivas. Além disso, as demandas nutricionais são diferentes para cada categoria produtiva, ou seja, a criação de bezerras requer outros cuidados.

Entretanto, a nutrição para gado leiteiro deve conter um balanço entre:

  • alimento volumoso — rico em fibras, importante para o bom funcionamento do rúmen;
  • sal mineral,que fornece os macro e microminerais essenciais para o funcionamento do metabolismo;
  • alimento concentrado,que provê a quantidade de proteína e energia necessárias para atender os requerimentos da produção.

Além disso, os suplementos contêm nutrientes que estão em sua forma mais digerível e aditivos que mantêm a saúde do epitélio do trato digestivo. Isso faz com que os animais absorvam melhor os nutrientes, elevando a eficiência alimentar e evitando o desperdício.

4 boas práticas em nutrição para gado leiteiro

Uma vez entendido quais e como os fatores externos influenciam a produção do gado leiteiro, é possível traçar estratégias para manter ou aumentar a produtividade. Veja a seguir.

Faça o manejo das pastagens

Escolha a espécie de forrageira que mais se adapta à sua região (que seja resistente à seca, encharcamento de solo ou geadas) e faça o manejo das pastagens. O pastejo rotacionado garante a qualidade do pasto e a limitação do acesso do gado em determinados locais, durante certa época, assegura o desenvolvimento do pasto.

Forneça suplementação alimentar

Como dito no tópico anterior, o fornecimento de concentrado garante que as exigências nutricionais dos animais sejam atendidas. Portanto, estabeleça as suas metas produtivas e procure orientação de profissionais especializados em nutrição animal para que, juntos, cheguem à fórmula ideal para o seu rebanho. Procure fornecedores idôneos e que tenham produção de excelência em suplementos.

Disponibilize água de qualidade

É crucial que a água oferecida para o rebanho seja limpa, fresca e abundante. 87% da composição do leite é água e uma vaca precisa de 4l para produzir 1l de leite. Além de afetar a quantidade e a qualidade do leite, a água é o elemento-chave que possibilita o pleno funcionamento do sistema digestório e demais funções vitais dos animais.

Atenção especial para o acesso à água em regiões e épocas de clima quente: quanto mais calor, maior a necessidade de consumo de água pelas vacas.

Busque a raça ideal

Pode parecer estranho, mas essa é uma boa prática para nutrição. Se você não pode adquirir a raça “pronta”, faça cruzamentos até que obtenha a linhagem ideal para as condições climáticas da sua região. Quando o rebanho se sente confortável, sua capacidade digestiva melhora e não há baixas no consumo de alimento, em nenhuma época do ano.

Como você pôde perceber, muitos fatores externos influenciam diretamente a produtividade dos bovinos. Contudo, esses aspectos ambientais podem ser manejados de modo a garantir a boa nutrição para gado leiteiro, desde que as estratégias tenham sido bem planejadas pelos criadores.



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