A interpretação de análise do solo é um recurso utilizado por produtores rurais que desejam melhorar a qualidade do solo para gerar melhorias em relação ao desenvolvimento das plantas e aumento da produtividade.
O que é análise do solo?
Em síntese, a análise do solo pode definida como um conjunto de diversos processos químicos que indica quanto o solo pode fornecer determinado nutriente. Para isso, são realizadas coletas de amostras de terra, que representarão áreas extensas.
No geral, pode ser avaliado propriedades químicas, físicas e biológicas do solo, essenciais para a nutrição das plantas.
Quais são os tipos de análise do solo?
Na prática, existem três tipos de análise do solo, são elas:
Análise química completa
A análise química completa é realizada quando é necessário avaliar todos os macronutrientes e micronutrientes do solo.
Esse tipo de análise é ideal em casos onde não há informações sobre as propriedades ou quando há uma mudança brusca no sistema produtivo. Também é utilizada em situações em que aconteceram problemas nutricionais na safra anterior.
Além disso, ela é indicada quando há a perda de produtividade e deficiência de apenas uma parte da lavoura e não se sabe o que está provocando.
Análise química básica
A análise química básica de rotina deve ser feita pelo menos uma vez ao ano. O objetivo é saber como está a integridade frente ao manejo do solo, visto que tanto o plantio direto ou convencional, com ou sem rotação, adubação verde, diferentes culturas, influenciam na disponibilidade de nutrientes no solo.
Dessa forma você pode ir manejando o plantio de forma mais consciente e sem desperdícios com fertilizantes.
Análise Física
A análise física possibilita que você tenha o entendimento sobre qual a porcentagem de argila silte e areia de cada parte da área analisada.
Essa análise contribui tanto para o manejo de nutrientes, bem como, para o uso adequado de defensivos. Herbicidas pré-emergentes, por exemplo, são recomendados em maiores doses em áreas mais argilosas, buscando a máxima eficiência do produto.
Como é feita a análise do solo?
A análise química do solo tem o intuito de verificar os teores de nutrientes e as características que podem influenciar a sua disponibilidade nas plantas.
Sendo assim, ela é composta por duas etapas:
Extração: são utilizadas soluções químicas, denominadas “extratores”, para simular a absorção de nutrientes pelas plantas. Assim, um determinado volume de extrator é agitado com um volume específico de solo, transportando os nutrientes da fase sólida para a fase líquida (solução de equilíbrio).
Quantificação: são definidos os teores dos elementos na solução de equilíbrio, por meio de equipamentos, como o espectrofotômetro de absorção atômica, que permite quantificar K, Na, Ca, Mg, Zn, Cu, Fe, Mn, Pb, Cd, Cr, Ni e etc.
E mais, a quantificação de P, B e S é realizada em espectrofotômetro UV/Visível (colorímetro),o Al por titulometria e o pH é determinado em potenciômetro.
E a interpretação de análise do solo?
Após realizar a análise química dos solos, os teores de nutrientes são determinados e comparados com os valores de referência, apresentados em tabelas de interpretação.
Dessa forma, é possível classificar o nível de fertilidade do solo e a indicação da quantidade de corretivos e de fertilizantes a ser aplicada para a melhor eficiência das culturas.
Para que serve a interpretação de análise do solo?
Os resultados da interpretação de análise do solo irão servir de base para os técnicos indicarem as devidas correções. Dessa forma, será possível evitar problemas em relação ao crescimento e desenvolvimento das plantas.
Além disso, ela traz informações sobre o estado nutricional e grau de fertilidade em que se encontra a área analisada. Por isso, a interpretação de análise de solo é fundamental no planejamento de instalação e manutenção de culturas agrícolas.
No geral, ela contribui para:
- Indicação dos níveis de nutrientes;
- Aplicação de um programa de calagem e adubação eficaz;
- Monitoramento e avaliação de mudanças dos nutrientes do solo;
- Manutenção de uma boa produtividade ao longo dos anos.
Como é feito o processo de amostragem do solo?
Em primeiro lugar, deve-se separar a área a ser analisada em talhões (não exceder 10 hectares),levando em consideração:
- Tipo do solo: cor, textura, profundidade de perfil (0 – 20 cm; 20 – 40cm; etc)
- Topografia: mudanças de declividade (topo, encosta, baixada)
- Vegetação: tipos diferentes de cobertura vegetal
- Diferenças de adubação: histórico e utilização da área, relacionada ao uso de corretivos e fertilizantes
- Grau de drenagem: separar áreas que têm alagamentos
Em seguida, coleta-se as subamostras simples, caminhando em ziguezague e tendo o cuidado de cobrir toda a sua extensão.
No entanto, é preciso se atentar para os seguintes detalhes:
- Por menor que seja a área, deve-se coletar de 15 a 20 subamostras simples de cada talhão;
- As subamostras simples devem ter o mesmo volume e solo, para evitar que um ponto seja mais evidenciado que outro na amostra composta;
- Não coletar acima da linha de plantio da cultura, próximo às casas, brejos, voçorocas, caminho de pedestres, formigueiros e etc;
- Não usar recipientes sujos ou usados para acondicionar as amostras como: sacos de adubos, cimento, embalagens de defensivos e embalagens de leite;
- As amostras devem ser retiradas com sondas ou tratos apropriados. Caso não tenha disponível, pode-se utilizar: enxadão, cavadeira ou pá de corte.
Passo a Passo da coleta do solo para análise
- Limpar superficialmente a vegetação, restos culturais e outros resíduos, sem retirar camadas do solo;
- Se for usar o enxadão, é preciso fazer uma cova de 20 cm de profundidade e limpar a terra que cair no buraco;
- Com a pá reta (cavadeira ou enxadão),retira-se uma fatia das paredes da cova de acordo com a profundidade escolhida;
- Coloque a fatia de solo coletada em um balde limpo e seco;
- Por fim, repetir o mesmo procedimento com as subamostras retiradas.
Logo após retirar 15 a 20 subamostras simples de cada talhão, coloque em um balde e misture todas elas até que fique homogêneo. Em seguida, vá adicionando de 200 a 500g em um saquinho adequado com a devida identificação e informações necessárias.
Lembrando que a amostra deve ser enviada para um laboratório especializado para que seja feita a análise e interpretação do solo. No geral, o laudo deve ficar pronto em torno de 15 dias após a entrega.
Quem pode fazer a análise do solo?
Uma boa análise de solo deve ser feita com o auxílio de um técnico agrícola ou engenheiro agrônomo. Afinal, eles possuem conhecimento técnico para desempenhar a tarefa com eficiência e exatidão.
Quando deve ser feita a interpretação de análise do solo? Com que frequência?
O momento ideal para realizar a análise e interpretação do solo é no início do período de seca e com uma certa antecedência em relação ao plantio.
No entanto, para as culturas perenes em produção, o indicado é que a amostragem seja feita logo após a colheita.
Já em relação a frequência, o recomendado é que seja feita anualmente. Além disso, é importante guardar todos os resultados para verificar se as correções realizadas estão surtindo efeito.
E após a avaliação dos resultados? O que deve ser feito?
O resultado da interpretação de análise do solo vai indicar qual tipo de correção deve ser realizada. Entre elas estão a adubação, calagem e gessagem.
Adubação: prática agrícola que consiste no fornecimento de adubos ou fertilizantes ao solo a fim de recuperar ou conservar a sua fertilidade e suprir a necessidade de nutrientes.
Calagem: atividade que consiste na adição de calcário ou cal virgem no solo para elevar o ph, diminuir os teores de AL³ trocável e disponibilizar macronutrientes como Ca e Mg para o desenvolvimento das plantas.
Gessagem: aplicação do gesso agrícola (CaSO4) que potencializa os efeitos da calagem. Dessa maneira, ele alcança profundidades maiores que alguns nutrientes fornecidos pela calagem e funciona como um condicionador, beneficiando propriedades físicas, físico-químicas ou atividade biológica do solo.
Ignorar a interpretação de análise do solo pode gerar consequências…
Os produtores que não investem na realização da análise e interpretação do solo, não têm a possibilidade de verificar a qualidade da área, muito menos de quantificar o volume necessário de adubos e demais nutrientes que propiciam a sua correção.
Logo, o excesso ou falta de adubo pode significar a perda financeira na atividade agrícola.
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