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CORREÇÃO DO SOLO | Aprenda como ganhar tempo e reduzir custos com esta técnica!

Uma característica dos solos brasileiros é possuírem um pH muito baixo devido às características naturais. Isto gera uma limitação na produção agrícola, sobretudo devido à toxicidade causada pela presença de Alumínio (Al), baixa disponibilidade de nutrientes e baixa saturação de bases.

Para solucionar o problema, a correção do solo é uma prática necessária em qualquer região do país, até mesmo em solos com média ou boa fertilidade, assim mantendo os níveis férteis destes solos. Continue a leitura e saiba mais sobre sua importância.

Por que realizar a correção do solo?

A correção do solo é fundamental para eliminar a acidez e solucionar fatores que impedem o crescimento e desenvolvimento das raízes e, consequentemente, o desenvolvimento adequado das culturas. Ao corrigir o solo, é possível manter as características físico-químicas benéficas, como a melhora da disponibilidade de nutrientes no solo, com a finalidade de obter cultivos saudáveis e altas produtividades.

O pH do solo é outro fator que explica a necessidade de correção do solo. Em solos ácidos, o índice é considerado em números muito baixos. Dessa forma, por mais que os nutrientes estejam presentes em boas quantidades, o pH acaba tornando-os indisponíveis para absorção pelas plantas.

Além dos problemas causados pela redução da disponibilidade e absorção de nutrientes, a drástica redução do volume de solo explorado pelas raízes aumenta os efeitos prejudiciais das estiagens.

A importância da calagem

A correção da acidez do solo é o primeiro passo para alcançar altas produtividades em sua lavoura. Uma das práticas mais utilizadas é a calagem.

Basicamente, consiste na aplicação de fontes corretivas, estas fontes corretivas proporcionais ao solo um incremento de Ca e Mg bem como a liberação de hidroxilas para correção de pH do solo assim com a melhoria do pH do solo melhora-se também a assimilação dos nutrientes pelas plantas bem como sua disponibilidade e absorção, além de possibilitar o desenvolvimento adequado das raízes.

Com o crescimento adequado do sistema radicular, as plantas passam a absorver com mais facilidades nutrientes essenciais para seu ciclo produtivo.

Como realizar a calagem?

A quantidade de fontes corretivas varia muito de fonte a fonte, porém toda recomendação deve ser determinada a partir dos resultados da análise química do solo. De maneira geral, a necessidade de correção para a camada de 0-20 cm pode ser definida com base na seguinte equação:

t.ha-1 de calcário = (V2 – V1) x T / PRNT

Onde:

  • V2 = 70% (saturação por bases desejada);
  • V1 = saturação por bases atual (análise de solo) = [(Ca²+ + Mg²+ + K+).100]/T;
  • T = capacidade de troca catiônica [Ca²+ + Mg²+ + K+ + (H + Al)], em cmolc.dm-³;
  • PRNT = Poder Relativo de Neutralização Total do calcário a ser aplicado (encontrado na embalagem do calcário).

Vale ressaltar que a saturação por bases desejada (V2) pode variar de 50% a 70%, sendo em geral:

  • 50% para cereais e tubérculos;
  • 60% para leguminosas e cana-de-açúcar, utilizado no Cerrado;
  • 70% para hortaliças, café e frutas.

Por mais que exista uma equação pré-definida e com eficiência comprovada por muitos autores, é importante saber que a determinação da necessidade de correção também varia de acordo com fatores como cultura, tipo de fontes corretivas  utilizado e histórico do solo da propriedade.

Em relação ao período de realização, a correção deve ser feita conforme a indicação de cada fornecedor tendo fontes corretivas com efeito mais prolongado como fontes corretivas de efeito mais imediato.

Aplicação de calcário em diferentes sistemas de plantio

As técnicas de manejo para a correção do solo por meio das fontes corretivas também devem considerar o sistema de plantio adotado pelo produtor.

Sistema de cultivo convencional e instalação do sistema plantio direto: recomenda-se a aplicação de fontes corretivas em suficiente para elevar o pH do solo até 6,0. a fonte utilizada deve ser distribuída sobre a superfície do solo e, em seguida, incorporado por meio do emprego de arado e grade, ou ainda existem fontes corretivas que não necessitem de incorporação.

Sistema de plantio direto: se o sistema foi implementado corretamente, as próximas reaplicações de fontes corretivas, podem ser realizadas na superfície do solo. A principal finalidade é manter as características físicas proporcionadas por este sistema.

Vale destacar que algumas fontes corretivas como calcário atinge seu efeito máximo em um período entre três a dezoito meses após a aplicação devido a sua qualidade física.

Após este período, é necessária uma nova aplicação do corretivo como forma de manutenção. Nesse caso, para a correção do solo a quantidade deve ser calculada novamente através de uma análise de solo para se determinar a quantidade correta a ser aplicada da fonte corretiva.

Calcário nem sempre é a melhor opção

Conforme vimos, o uso de calcário é uma das técnicas mais antigas para corrigir os problemas do solo brasileiro.

Trata-se de um método relativamente mais barato para o produtor, se comparado ao uso de fertilizantes mais modernos. Contudo, a baixa tecnologia empregada na fabricação de calcário faz com que o produto apresente algumas desvantagens, que em uma análise geral, pode não garantir o melhor custo-benefício.

Para que realmente apresente o efeito desejado, as doses variam conforme a fertilidade de cada solo classificadas pelo Índice SMP ou pela saturação de bases onde podem várias de 1 a 15 tons/há. Além da alta concentração necessária, é um produto que tem dificuldade para atingir as camadas mais profundas do solo, penetrando de forma demorada e em pequena escala.

O calcário não atua durante todo o ciclo de vida de uma plantação. É importante que ele seja aplicado antes do plantio, mas também deve ser utilizado em plantas adultas para fornecimento de nutrientes essenciais, como cálcio e magnésio. Ou seja, é preciso reaplicar o produto, gerando ainda mais gastos e trabalho para o agricultor.



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