O pH do solo é uma escala de medição da acidez e alcalinidade do solo. Essa unidade de medida é utilizada para controlar as condições do solo e pode variar de 0 (muito ácido) a 14 (muito alcalino), sendo o pH 7 o valor neutro. A alteração do pH pode prejudicar a sobrevivência de plantas nativas, mas também pode ajudar na produção agrícola.
A escala do pH
O pH é o potencial hidrogeniônico de uma solução. Ele avalia o grau de acidez ou alcalinidade da composição e pode ser alcalino, ácido ou neutro, dependendo do valor representado na escala.
Os valores do pH variam na escala de 0 a 14, sendo 0 o valor mais ácido e 14, mais alcalino. O ph 7 é neutro, e é o valor de pH ideal para a água pura.
O pH é medido em escala logarítmica. Por isso, a diferença entre um valor e outro é de 10 vezes. Isto é, o pH 8 é 10 vezes mais alcalino do que o ph 7 e 10 vezes mais ácido do que o ph 9. A fórmula que representa essa condição é:
pH = -log [H +]
Ela representa a concentração de íons de hidrogênio [H +] na solução.
Ácidos e bases
Os conceitos de ácido e base foram determinados por Arrhenius, um cientista do século 19. De acordo com sua teoria, os ácidos são aquelas substâncias com pH maior do que 7. Ao entrar em contato com a água, passa pelo processo de ionização, formando íons H+. Enquanto isso, as bases são substâncias com pH inferior a 7. Ao contrário dos ácidos, elas liberam íons OH–, a partir do fenômeno de dissociação.
Processos que alteram o pH
Correção do solo
A correção do solo é uma prática muito utilizada para a produção agrícola. Ela consiste em alterar o pH do solo, o tornando ideal para a espécie que será cultivada. Essa correção varia de acordo com as características do local e da espécie vegetal cultivada.
Solos ácidos
Os solos ácidos, por exemplo, estão associados a pouca quantidade de cálcio e magnésio, baixa decomposição da matéria orgânica, presença de substâncias tóxicas, como alumínio, entre outros aspectos. Em geral, solos muito ácidos podem levar a um baixo desenvolvimento das plantas, devido à baixa fixação de nitrogênio ocasionada pela falta de matéria orgânica.
Um estudo realizado na Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (ESALQ/USP), testou o calcário dolomítico, o calcário calcinado, o gesso e a escória para observar seus efeitos sobre o pH do solo. O estudo concluiu que o calcário calcinado foi o que teve maior efeito para a correção de um solo ácido. Esse efeito é resultado de suas características neutralizantes e a presença de carbonatos e óxidos na composição.
O estudo também concluiu que os materiais escolhidos têm capacidade de promover a correção do solo, com exceção do gesso. O gesso não possibilita a correção do solo, porém contribui para a fertilização e liberação de cálcio e enxofre, os quais têm potencial corretivo.
Mas por que os demais materiais conseguem neutralizar o solo? Isso acontece por conta dos carbonatos e os óxidos presentes em suas composições, permitindo a dissociação dos elementos ácidos, tornando-os neutros.
Apesar disso, esse processo pode levar a vários danos ambientais. Em primeiro lugar, a mineração de calcário contribui para a destruição de ambientes naturais com a presença dessa rocha, prejudicando comunidades locais e estudos arqueológicos. Além disso, ele pode contaminar rios, lagos e lençóis freáticos, alterando a sua composição. No Brasil, o calcário destinado ao uso agrícola representa cerca de 21% de sua extração.
Solos alcalinos
Em solos alcalinos, existe uma baixa concentração de alguns micronutrientes, como o ferro, o zinco e o manganês, que alteram também a concentração de alguns macronutrientes, como o fósforo. Por isso, solos altamente alcalinos podem levar a um baixo crescimento das espécies vegetais. Uma alternativa utilizada para a correção de solos alcalinos é a utilização de fertilizantes nitrogenados. Entretanto, esses fertilizantes causam problemas ambientais. Além de impactos durante a sua produção, como a emissão de combustíveis na atmosfera, eles contaminam corpos hídricos, animais e plantas. Saiba mais sobre os seus problemas na matéria:
Degradação Ambiental
Apesar dos benefícios para a agropecuária, corrigir o pH do solo contribui para a degradação dos biomas nativos. Isso porque, as características do substrato é ideal para o desenvolvimento e sobrevivência da flora daquela região. Alterando sua composição, o solo deixa de fornecer os nutrientes necessários para as espécies vegetais.
Além disso, outras atividades podem ser responsáveis pela alteração do pH do solo, como mudanças na vegetação natural. Um estudo, realizado pela Universidade de São Paulo, analisou o efeito de alterações físicas e químicas no solo da Amazônia.
De acordo com a pesquisa, o desmatamento, seguido de queima de biomassa, promoveu a elevação de 2,5 unidades no pH na área recém-queimada. Após alguns anos de cultivo e pousio, essa variação se tornou menor, porém ainda significativa.
Outro estudo demonstrou que o desmatamento na Amazônia pode ser responsável pela perda de substâncias na composição do solo, como o mercúrio. Solos degradados tem pouca quantidade de matéria orgânica. Isso aumenta os riscos de processos como o intemperismo e a lixiviação, alterando o pH do solo. Esses processos, em conjunto com a queima da matéria orgânica, resultam em uma elevação do pH.
Por que medir o pH do solo?
O pH é um fator importante para o cultivo de espécies vegetais. Saber se seu solo é alcalino ou ácido demais pode te ajudar a ter sucesso para fazer uma horta em casa. O pH ideal é entre 6 e 7, em que os nutrientes se mantêm mais disponíveis no solo.
Excelente tema, saber o pH realmente é muito importante para o manejo do Solo! Ah e parabens pela apostila de Solos, adquiri ela, muito completa e didatica!!
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