A erosão dos solos tem sido uma constante ameaça para a produtividade das lavouras em diversas regiões do país. Durante um dos encontros da Campanha Nacional de Combate à Erosão, o diretor mundial de água e solo da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), Eduardo Mansur, admitiu que cerca de 80% da terra agricultável mundial vêm sofrendo com o fenômeno físico-químico e biológico.
De acordo com Mansur, a erosão acabou se tornando a principal ameaça ao solo saudável em nosso planeta e é extremamente importante buscar novas soluções que contemplem os melhores métodos de manejo da terra para minimizá-la.
Como ocorre a erosão e quais são seus impactos?
A erosão ocorre por uma série de processos superficiais, que envolve o desgaste e o transporte do solo e de rochas. A maioria dos agentes erosivos, como a água, são provenientes de ação natural e atuam na sedimentação da terra e do subsolo, degradando a área afetada.
No ambiente agrícola, a erosão hidráulica é o processo que mais impacta na saúde das terras de plantio. Essa etapa ocorre durante o impacto das gotas de chuva em solos que, em sua maioria, não possuem qualquer tipo de cobertura. Isso acaba danificando as plantações e gerando inundações que retiram nutrientes importantes da terra, como o fósforo e o potássio. De acordo com dados do Instituto Agronômico do Paraná (Iapar), o estado perde cerca de US$ 242 milhões por ano em nutrientes levados pela erosão.
Além disso, esse processo pode ser muito maléfico à natureza. Com a água da chuva carregando altos índices de potássio e fósforo para os rios, estimula-se o crescimento e desenvolvimento de algas e outras plantas aquáticas. Esses vegetais, muitas vezes, podem acabar consumindo o oxigênio necessário para a vida dos peixes e danificando a qualidade de vida de outros animais de água-doce.
Quais são os melhores métodos para combater a erosão?
A principal técnica utilizada hoje no Brasil para diminuir os problemas causados pela erosão é o Sistema de Plantio Direto (SPD). O SPD é baseado em três pilares essenciais para aumentar a conservação do solo e da água.
Ausência ou diminuição do revolvimento da terra
Em países com o clima subtropical, como é o caso do Brasil, mexer excessivamente na terra só prejudica a saúde dela. Esse procedimento só deve ser aplicado em regiões frias, cujo solo precisa ser revirado para obter a quantidade de calor necessária.
Aumento da cobertura do solo
Ao acrescentar cobertura nas plantações, tal qual a palhada, o agrônomo garante que as gotas de chuva não farão estragos no terreno e também impede que os nutrientes sejam arrastados junto à água.
Rotação de culturas
A alternância planejada de espécies faz com que, ao longo prazo, observe-se uma melhora nos índices físico-químicos e biológicos de um terreno. Além disso, essa prática diminui a incidência de pragas e doenças no plantio.
Segundo o Embrapa Soja, o método SPD pode diminuir a incidência de erosão no solo em até 95% quando aplicado de maneira correta.
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