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MIP: MANEJO INTEGRADO DE PRAGAS | Saiba o que é o MIP e qual a sua importância para o controle de pragas na lavoura

O Manejo Integrado de Pragas, mais conhecido no meio agronômico como MIP, representa uma das técnicas mais discutida por produtores e técnicos agrícolas devido aos resultados benéficos no controle de pragas que, na maioria das vezes, vem associado à economia de aplicação de defensivos.

Manejo Integrado de Pragas (MIP)

Ao utilizar corretamente as estratégias de rotina relacionadas ao manejo integrado de pragas, o produtor conseguirá manter o equilíbrio do ambiente, preservando os inimigos naturais das pragas na área e impedindo que prejuízos econômicos se tornem muito elevados.

Quando bem empregado, este conjunto de procedimentos contribui para uma produção agrícola muito mais sustentável. Mas, há ainda há algumas dúvidas quanto à aplicação do MIP, suas estratégias e vantagens.

ENTENDA O CONCEITO DE MANEJO INTEGRADO DE PRAGAS

O Manejo Integrado de Pragas (MIP) é uma técnica cada vez mais utilizada na atividade agrícola, como por exemplo lavouras de lavoura de grãos e cana, que tem como principal objetivo fazer um controle mais sustentável das diversas pragas existentes nas culturas.

O MIP é representado por um conjunto de medidas que tem por objetivo manter as pragas abaixo do nível de dano econômico (NDE). As medidas de MIP são aplicadas quando a densidade populacional da praga atinge o nível de controle (NC).

Neste cenário, quando a população de insetos prejudiciais se mantém abaixo do NC, ela está em nível de equilíbrio (NE) econômico e ambiental.

A definição dos termos técnicos apresentados é:

  • Dano Econômico: quantidade mínima de injúria que justifica a aplicação de determinada tática de manejo.
  • Nível de Dano Econômico: representa a menor densidade populacional de determinada praga que causa dano econômico.
  • Nível de Controle: é a menor densidade populacional da praga na qual táticas de manejo necessitam ser tomadas para impedir que o NDE seja alcançado.
  • Nível de Equilíbrio: representa a densidade populacional média da população de determinado inseto por um longo período de tempo, não afetadas por temporárias intervenções no controle da praga.
  • O nível de controle (NC) também está relacionado à densidade populacional do inseto cujo dano é no mínimo igual ao custo requerido para o seu controle.

Assim, ao considerar somente o aspecto econômico, uma determinada espécie deve ser controlada quando a população na área tem potencial para causar prejuízos superiores ao que será gasto no tratamento.

ESTRUTURA DO MANEJO INTEGRADO DE PRAGAS

O Manejo Integrado de Pragas é caracterizado como sendo um amplo sistema de manejo de pragas que busca associar o ambiente e a dinâmica populacional da praga para combate-la de forma mais estratégica.

A estratégia do MIP considera o uso de todos os métodos de proteção de plantas já conhecidos e a integração de medidas apropriadas que visam manter o nível populacional da praga abaixo do nível de dano.

Assim, a adoção do MIP pode se assemelhar à construção de uma casa. O alicerce são as decisões de manejo, sendo formado pelos seguintes aspectos e condições:

  • Ambiente observado (agroecossistema);
  • Nível de controle das pragas;
  • Monitoramento (amostragem);
  • Informações taxonômicas da praga (espécie), sua biologia e ecologia.

Já os pilares para a construção da casa “MIP” são os métodos de proteção e controle já conhecidos, que são: controle cultural, controle biológico, controle comportamental, controle genético, controle varietal e controle químico.

ALICERCES DO MIP QUE AJUDAM NA TOMADA DE DECISÕES

Vimos até aqui que quando a população de pragas atinge níveis críticos (nível de controle) cabe ao produtor e ao técnico decidirem qual o melhor caminho para controlar esse descontrole. Ou seja, quais as táticas do manejo integrado de pragas terão que ser adotadas na lavoura.

Em um primeiro momento é preciso observar as condições do ambiente (agroecossistema). Analogamente essa etapa é semelhante à análise das condições do campo de batalha, onde “analisar” significa entender as condições iniciais da lavoura.

Já existem pragas consideradas ameaças para a sua cultura no ambiente?

Quais são as pragas que podem atacar a área ao longo dos ciclos?

Existem outros insetos que podem se comportar como predadores naturais dessas pragas em sua área?

Neste momento, quanto mais detalhada for a análise, mais assertivas e eficientes serão suas respostas relacionadas ao manejo integrado de pragas.

Logo após é preciso conhecer o nível de controle, ou seja, deve-se conhecer o nível abaixo daquele que a praga causa dano, pois isso irá determinar a melhor tática de manejo e o tempo mais adequado para sua aplicação.

Neste cenário, o monitoramento deve ser realizado de forma periódica, acompanhando o desenvolvimento da cultura e das diferentes estruturas da lavoura.

Quando a população começa a causar prejuízos, o inseto passa a ser considerado praga, exigindo a adoção de diferentes métodos de controle.

Por fim, mas não menos importante, a correta identificação das espécies é parte fundamental para avaliar a melhor estratégia para o controle efetivo da praga-alvo.

Para isso, vale observar a ocorrência da praga nas fases de ovos, lagartas e mariposas. Também é importante determinar quais são os inimigos naturais das pragas.

PILARES DO MIP: AS TÉCNICAS DO MANEJO INTEGRADO DE PRAGAS

Definidos todo o alicerce, chega a hora de “levantar os pilares da casa MIP”, ou seja, chega a hora de agir e adotar as técnicas de controle. Essas técnicas correspondem aos pilares do manejo integrado de pragas que são:

Controle cultural

Representa uma ação preventiva e permanente na lavoura. Esse controle visa reduzir a disponibilidade de alimentos para a praga, evitando sua explosão populacional, principalmente na entressafra.

Ações como rotação de culturas, poda, controle de adubação e plantio direto são as medidas culturais mais recomendadas.

Controle biológico

Consiste em ações para preservar os inimigos naturais, efetuar liberação de predadores e/ou parasitoides ou utilizar inseticidas formulados com Bt ou baculovírus.

Controle comportamental

Consiste na exploração de sinais químicos entre os seres vivos.

Neste momento há o uso de feromônios, plantas repelentes, armadilhas e semioquímicos.

Controle genético

Esse método refere-se ao controle da população de praga mediante a manipulação de seu genoma. Essa tática é seletiva e objetiva a redução da população de pragas por meio da redução do potencial reprodutivo delas.

Por ser muito caro e precisar de alto investimento em pesquisas, o controle genético ainda é pouco utilizado.

Controle varietal

Consiste no uso de variedades transgênicas que expressam proteínas inseticidas (Bt) para o manejo eficiente da praga.

A tecnologia Bt representa uma importante ferramenta para o manejo integrado de pragas em muitas culturas, como é o caso da cana-de-açúcar.

Controle químico

Consiste na utilização sustentável e programada de inseticidas seletivos que combatem somente as pragas-alvo, mantendo vivos os inimigos naturais e polinizadores.

VANTAGENS DO MANEJO INTEGRADO DE PRAGAS

O conjunto de monitoramento constante mais a adoção de técnicas do MIP tem por objetivo central a volta do equilíbrio natural do meio ambiente, aumentando, por consequência, a resistência biótica da área, evitando que novas pragas tenham facilidades para se estabelecer.

Mas, além disso, muitas são as vantagens conquistadas por meio de um MIP bem feito. Dentre as principais vale citar:

  • Evita a resistência das pragas, melhorando a eficiência do controle;
  • Preserva os inimigos naturais na área;
  • Ajuda na manutenção do ambiente de produção, reduzindo as chances de contaminação ambiental;
  • Melhora a eficácia de intervenções de controle, permitindo, inclusive, redução dos custos.

Porém, para que o sucesso do MIP seja atingido, cabe ao produtor ter dedicação e presença constante na lavoura. Somente assim ele conseguirá quantificar a ocorrência das pragas e intervir no momento oportuno e da forma correta para controlá-las.

Por isso, o uso da tecnologia de gestão estratégica torna-se fundamental para que a eficiência do MIP seja máxima.

Isso porque a adoção do Manejo Integrado de Pragas exige maior conhecimento do histórico da área das safras anteriores. Assim, quando o gestor do agronegócio tem uma visão ampla de tudo que engloba a produção, o MIP será mais eficiente, principalmente à longo prazo.



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