Estiagem é aquele período em que o volume de chuva costuma ser muito baixo ou até mesmo ausente, insuficiente para a recomposição da umidade do solo. Claro, é muito provável que você já tenha conhecimento sobre este termo. A dúvida maior reside em como cuidar da lavoura quando essa época chega.
É verdade que existem seguros, inclusive públicos ― como a Garantia Safra ―, para driblar as dificuldades. Entretanto, o ideal é poder cultivar, colher e vender, pois nada melhor do que o produtor receber pelo resultados dos seus esforços e dedicação, não é mesmo? Considerando isso, fique atento às nossas dicas!
Ações para reduzir os prejuízos com a estiagem
A medida mais óbvia contra a estiagem é a irrigação. Contudo, é preciso ir além. Primeiramente porque nem sempre é possível prever que a seca vai acontecer. Depois porque cuidados adicionais são benéficos também para prevenir a lavoura em relação a outras adversidades, como pragas e baixa produtividade. Então, confira algumas ações para cuidar dos seus cultivares!
1 – Reforce a nutrição
A nutrição está na base de todo cuidado. E não seria diferente para prevenir contra a estiagem! Determinadas substâncias, como o potássio, reduzem a perda de água da planta, conservando a umidade por mais tempo. Outros nutrientes ainda podem contribuir para que os processos metabólicos fiquem em dia, gerando resistência contra longos períodos de estresse hídrico.
Isso não significa, claro, que o reforço na nutrição dispensa uma irrigação frequente, de acordo com as necessidades de cada cultura. O que queremos dizer é que, em uma adversidade, haverá uma condição mais favorável para que a situação climática não gere perdas irreversíveis na lavoura.
2 – Cuide com as características do solo
Um bom solo é essencial para proteger as plantas contra a estiagem. Entre os cuidados necessários está uma boa aeração da terra. Isso porque, quando o solo está muito compactado, a expansão das raízes (algo essencial para o desenvolvimento do cultivar) fica mais difícil, o que diminui a movimentação da água, reduzindo a capacidade de armazenamento da umidade.
Outra medida bastante útil é a preservação da cobertura vegetal. Ela evita a exposição direta ao sol, mantendo a umidade do solo e contribuindo para o aumento da matéria orgânica que, aliás, é outro elemento essencial, já que auxilia na estabilização da temperatura e no aumento da capacidade de retenção da água.
3 – Previna a lavoura de queimadas
Não é apenas a falta de água que representa um problema em períodos de estiagem. Como a vegetação está mais seca, qualquer pequeno foco de fogo pode causar um grande incêndio e se alastrar por uma extensão bem grande, inclusive invadindo propriedades.
Assim, é importante que, na sua propriedade, exista uma prevenção a esse tipo de ocorrência. A boa notícia é que ela é simples: basta fazer um aceiro (ou seja, uma retirada total da vegetação) de aproximadamente 1,5 metro de cada lado da cerca da propriedade, criando uma espécie de caminho de terra por onde o fogo não poderá se alastrar.
Se a sua propriedade fica à margem de uma plantação de eucalipto ou de alguma outra espécie de árvore maior, considere aumentar esse trecho de desbaste da vegetação.
4 – Recorra à tecnologia
A tecnologia pode ser uma importante aliada no campo, especialmente para monitoramento e gerenciamento da lavoura. Por meio da agricultura de precisão, por exemplo, pode-se avaliar em tempo real as condições do solo no que diz respeito ao valor nutricional dele e ao nível de umidade. Desse modo, é possível atuar para equilibrar esses fatores com velocidade e exatidão.
Uma das ferramentas ligadas à agricultura de precisão é o SIG (Sistema de Informações Geográficas), que coleta e fornece dados sobre clima e solo, identificando tendências meteorológicas que permitem ao agricultor se antecipar e tomar decisões antes que seja tarde demais.
5 – Utilize outras técnicas de plantio
Uma forma de driblar a estiagem é aproveitar técnicas de plantio que dispensem a necessidade do solo ou aproveitem ao máximo a forma de prepará-lo para preservar a umidade. No primeiro caso, estamos falando da hidroponia, muito utilizada no plantio de hortaliças e que cultiva as plantas imersas em uma solução nutritiva diluída em água, tudo dentro de uma estufa.
Outra técnica é a chamada “in situ”, que nada mais é que a aração do solo com o objetivo de deixar camalhões (faixas de terra altas e largas) onde as sementes devem ser plantadas. Desse modo, quando a chuva ocorrer, a água é captada nos vãos de terra, melhorando a absorção e reduzindo a dependência da irrigação.
6 – Invista em sistemas de coleta e captação de água
A construção de estruturas para captação de água da chuva é um investimento benéfico para épocas de estiagem, mas também para reaproveitamento da água. Dependendo do tempo em que essa água ficar armazenada, é importante buscar um jeito de tratá-la para eliminar impurezas.
Há ainda os poços, que podem ser de dois tipos: o cacimba (chamado também de poço amazonas, poço caipira ou poço simples), que pode chegar a, no máximo, 20 metros de profundidade, e o tubular profundo, que pode chegar a 2 mil metros. Este último, além de exigir um investimento maior (pois é feito com uma sonda perfuratriz), requer autorização legal.7 – Invista em um sistema de irrigação
Contar com sistemas de coleta e captação de água é o primeiro passo, só que eles precisam da complementação principal: um sistema de irrigação. A disponibilidade de água deve ser a preocupação inicial, mas tendo acesso a ela, o segundo passo é levá-la até a lavoura por meio de uma estrutura eficaz e bem projetada.
Por que tomar tantos cuidados?
A resposta básica a esta pergunta é que, sem um nível seguro de umidade do solo, poucas culturas podem se desenvolver adequadamente. Com um desenvolvimento abaixo do necessário, o rendimento do produtor diminui, sem contar as perdas na produção que, somadas ao lucro reduzido, podem trazer muitas dificuldades.
Com menos produtos no mercado, o preço aumenta para todos, gerando um problema social bem relevante. Por isso é essencial investir em maneiras ― como as que apresentamos aqui ― para diminuir o impacto dos períodos de seca na lavoura.
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