Quando falamos sobre o que é aquaponia, é comum que algumas pessoas estranhem a possibilidade de cultivar hortaliças e criar peixes em um mesmo sistema. Mas a verdade é que essa prática não só é possível, como ainda pode trazer ótimos resultados tanto para o consumo doméstico quanto para a comercialização desses dois produtos.
O que é aquaponia
A aquaponia é a combinação de duas práticas: a aquicultura, que trata da produção de organismos na água, e a hidroponia, que é o cultivo de plantas sem solo. Dessa forma, a aquaponia consiste em um método que une a criação de peixes e outros seres aquáticos à produção de plantas, geralmente as hortaliças, em um único sistema.
Funciona assim: os peixes são colocados dentro de um tanque e alimentados com ração própria para eles. Com isso, os animais acabam produzindo dejetos que são misturados à água e bombeados em direção a um filtro capaz de limitar as impurezas sólidas e permitir apenas a passagem da água, que, com o trabalho das bactérias, fica repleta de nutrientes.
Esse líquido nutritivo é bombeado para as plantas, que conseguem se desenvolver de forma rápida e saudável. Ao passar por elas, a água é filtrada, oxigenada e devolvida em ótimas condições para o tanque onde estão os peixes, fazendo com que eles também sejam beneficiados por esse método. Ou seja, todo o ciclo é fechado e traz vantagens para a produção dos dois produtos.
Técnicas para a implementação da aquaponia
Existem três técnicas para a implementação da aquaponia. Na técnica de cama de cultivo, as plantas são fixadas no material filtrante, como argila expandida ou brita, que funcionam como filtros para a água. Depois disso, o líquido está oxigenado e retorna ao tanque, geralmente, por meio de um sifão. Trata-se de uma técnica com baixo custo de implantação e bons resultados.
Outro método é o que utiliza a calha de cultivo, prática em que as plantas são colocadas sobre canos pelos quais a água com nutrientes percorre e atinge as raízes, técnica muito semelhante à hidroponia e que atende bem à produção comercial. Nesse caso, os canos podem ser instalados na vertical ou na horizontal, de acordo com o espaço disponível.
Já a técnica de cultivo flutuante é a mais indicada para a comercialização de peixes e plantas em larga escala. Nela, as plantas ficam flutuando sobre a água com as raízes submersas, expondo ainda mais os vegetais aos nutrientes. Como depende de um grande volume de água, esse método contribui para uma menor oscilação dos critérios de qualidade da água.
As vantagens da aquaponia
Agora que você já sabe o que é aquaponia, talvez esteja se perguntando quais são os benefícios que essa técnica oferece aos produtores, certo? São muitos! E o principal é a economia de água. De acordo com a Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária), esse sistema pode trazer uma redução de até 90% de água em relação à agricultura tradicional.
Além disso, não há necessidade de utilizar produtos químicos, como defensivos agrícolas e adubos, já que tudo ocorre em um ciclo fechado e os peixes oferecem os nutrientes necessários para as plantas. Aliás, essa destinação dos resíduos é outro benefício da técnica, pois os excrementos prejudicam o meio ambiente quando descartados de forma incorreta.
Tudo isso agrega valor aos produtos da aquaponia, já que podem ser considerados agroecológicos ou orgânicos por causa das práticas sustentáveis utilizadas na produção. Por fim, outra vantagem é que diversas espécies de plantas e peixes podem ser produzidas nesse sistema. Hortaliças folhosas, como rúcula, alface e almeirão, e ervas aromáticas, como manjericão e orégano, ganham destaque.
Entre os peixes, a tilápia é a mais comum nesse método de criação, pois resiste bem a vários tipos de pH e a temperaturas diferentes. Outras opções são o lambari, a carpa e até mesmo o camarão. Para escolher o peixe ideal, é importante conhecer as características dele e fazer testes na água para saber se os parâmetros de qualidade dela são adequados para a espécie.
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