Pular para o conteúdo principal

COLHEITA DE GRÃOS | Saiba todos os indicadores de desempenho que envolvem a colheita de grãos e suas percas.

Com a intensificação dos sistemas de produção, a colheita é a última operação realizada e exige melhor atenção, devido às perdas decorrentes desse processo. 

Embora a origem das perdas seja diversa e ocorra tanto antes, quanto durante a colheita, cerca de 80% delas ocorrem pela ação dos mecanismos da plataforma de corte das colhedoras. Sendo assim, é necessário conhecer as causas das perdas, sejam elas físicas, fisiológicas ou operacionais.

Nesse sentido, o conceito de controle para uma lavoura produtiva não se restringe à qualidade de sementes, mas também um controle na qualidade das operações agrícolas. Essa ação é viabilizada por incidir, diretamente, nos principais objetivos do processo produtivo: retorno econômico e aumento da produtividade!

A colheita mecanizada de cultivares de soja, trigo, milho e demais grãos, muitas vezes é realizada sem que haja controle efetivo para que a variabilidade das perdas fique dentro de padrões aceitáveis.

O princípio de funcionamento de uma colhedora é compreendido por uma sequência de operações, sendo elas:

  • Corte;
  • Alimentação;
  • Trilha;
  • Separação;
  • Limpeza;
  • Transporte e armazenamento dos grãos.

O desempenho dessas operações está diretamente ligado ao desempenho individual, com o intuito de obter o máximo desempenho de cada um.

As colhedoras são máquinas que possuem muita tecnologia embarcada, auxiliando o operador a manter as regulagens recomendadas e ainda monitorar durante a colheita.

Dessa forma são elencados cinco indicadores de desempenho para colheita de grãos. Ao entender corretamente esses indicadores e estar familiarizado com a colhedora, é possível fazer os ajustes necessários para corrigir qualquer problema e aperfeiçoar o desempenho geral da colhedora.

Plataforma de Corte e Recolhimento

O molinete possui regulagens de posição horizontal e vertical, inclinação dos dedos prensores e rotação. Esta rotação deve proporcionar um índice de velocidade do molinete de 1,25 a 1,50, sendo este índice determinado pela relação entre a velocidade do molinete e a velocidade de deslocamento da máquina. 

Esta regulagem evita perdas por debulha, por arremesso e/ou por tombamento das plantas!

As perdas na plataforma de corte podem ser bastante expressivas, caso não esteja bem regulada. Somente a altura de corte correta e a inclinação (Figura 1) da plataforma de corte, podem representar até 20% de redução das perdas totais, não deixando desta maneira vagens presas às plantas não colhidas.

Amostra de tanque graneleiro

A presença de grãos quebrados no tanque graneleiro, indica que está havendo uma debulha excessiva e/ou a velocidade do ventilador está baixa demais.

Para isso, deve-se aumentar a folga do côncavo. Isso reduz ou elimina a fragmentação dos grãos provocada pela debulha excessiva.

O côncavo obstruído pode causar danos aos grãos, pois os grãos não podem sair da área do côncavo. A presença de material não debulhado no tanque graneleiro pode ser a falta de debulha ou abertura excessiva da peneira inferior. O ideal é aumentar a velocidade do rotor e reduzir a folga do côncavo, conforme necessário para corrigir o problema.

Distribuição de grãos na peneira superior

O terço dianteiro da peneira superior deve estar completamente limpo. O terço do meio deve conter alguns grãos, mas principalmente resíduos. O terço traseiro da peneira superior deve conter apenas resíduos.

Caso tenha a presença de grãos no terço traseiro da peneira superior, os retornos serão aumentados e há possibilidade que os grãos caiam da parte traseira da colhedora.

Amostra de retrilha

É normal que a amostra de retorno contenha algumas espigas não debulhadas.

O objetivo do sistema de retrilha é devolver espigas não debulhadas para a área de debulha, para que passem de novo no sistema. Uma grande quantidade de espigas não debulhadas indica que a folga do côncavo está grande demais.

Perdas de grãos na colheita

As perdas de grãos em uma lavoura podem ocorrer antes do início da operação das colhedoras, por isso a importância de saber identificar bem os estádios fenológicos da cultura.

Ou seja, ter um conhecimento mais apurado acerca de agricultura de precisão, pode ajudar a entender bem sobre maquinários, implementos e unindo ao conhecimento da cultura a qual você produz.

A debulha natural é um processo ligado a cultivar, existindo as que são mais suscetíveis do que outras.

Características morfológicas, como altura de planta e de inserção das primeiras vagens, número de ramificações e acamamento, influenciam na operação de colheita; plantas baixas (menores que 50 cm) favorecem a formação de vagens muito próximas ao solo, de modo que, ficando abaixo do nível da barra de corte, permanecem ligadas à parte remanescente do caule após a passagem da colhedora.

A amostragem de perdas durante o processo de colheita deve ser feita, em pelo menos, cinco pontos da área colhida. As perdas podem ocorrer em estágios diferentes:

  • Perdas anteriores à colheita (PAC): ocasionadas por condições climáticas adversas e/ou condições de culturas mais secas e não maduras;
  • Perdas na plataforma (PP): ocasionadas por ajustes incorretos da plataforma.
  • Perdas totais (PT): podem ser ocasionados por vazamentos ocasionados por vedações, ajustes na peneira pela baixa velocidade do ventilador de limpeza e perdas no rotor que poder ser constituídos por grãos não debulhados, devido a um ajuste ruim do tambor e do côncavo.

Determinação de perdas de grãos

Para o adequado planejamento da operação de colheita, deve-se, também, considerar a capacidade efetiva de trabalho de uma colhedora (Mesquita, 1981), que é dada pela fórmula: Cte = V x L x Ef / 10.000, onde:

  • Cte: capacidade efetiva de trabalho (em ha/h);
  • V: velocidade de deslocamento (em m/h);
  • L: largura efetiva de operação (em m);
  • Ef: coeficiente de eficiência (para colhedoras automotrizes, o valor varia de 0,65 a 0,80).

Antes mesmo da colheita de grãos, os mesmos podem ter reduzida qualidade e baixa produtividade por diversos motivos, que vão desde a má qualidade da semente, deficiências nutricionais de macronutrientes como nitrogênio, ou micronutrientes como o boro.

Na colheita de grãos, a umidade de grãos e a quebra de grãos, são as principais causas na perda de qualidade do produto colhido, bem como a quantidade de impurezas, que inclui a presença de plantas daninhas.

Atente-se, ainda, quanto às características na colhedora a fim de minimizar as perdas qualitativas de grãos. A adequada configuração da colhedora auxilia na diminuição das perdas ocasionadas durante o processo de colheita.

É importante um bom treinamento do operador da colhedora, não apenas sobre o maquinário e implementos, mas como as configurações são necessárias para não haver perdas. Dessa forma, manter a colhedora em condições de trabalho adequadas também ajuda.

Agora, você sabe como atingir um bom desempenho na colheita de grãos, levando em conta regulagens dos maquinários e implementos para evitar as perdas.

E com o avanço tecnológico na agricultura, por meio da Inteligência Artificial, já é possível monitorar a saúde da sua colheita e, assim, reduzir os custos, aumentando sua produtividade!




Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

TABELAS DE INTERPRETAÇÃO DE ANÁLISE DE SOLO

Classificação das leituras de pH em água e em CaCl 2 pH em água Classificação* < 5 acidez elevada 5,0 a 5,9 acidez média 6,0 a 6,9 acidez fraca 7,0 neutro 7,1 a 7,8 alcalinidade fraca > 7,8 alcalinidade elevada pH em CaCl 2 Classificação* < 4,3 acidez muito alta 4,4 a 5,0 acidez alta 5,1 a 5,5 acidez média 5,6 a 6,0 acidez baixa 6,0 a 7,0 acidez muito baixa 7,0 neutro > 7,0 alcalino * Relação solo:solução = 1:2,5 Interpretação de análise de solo para P extraído pelo método Mehlich, de acordo com o teor de argila, para recomendação de fosfatada em sistemas de sequeiro com culturas anuais. Teor de argila Teor de P no solo Muito baixo Baixo Médio Adequado Alto % ------------------------------------mg/dm³------------------------------------ ≤ 15 0 a 0,6 6,1 a 12,0 12,1 a 18,0 18,1 a 25,0 > 25,0 16 a 35 0 a 0,5 5,1 a 10,0 10,1 a 15,0 15,1 a 20,0 > 20,0 36 a 60 0 a 0,3 3,1 a 5,0 5,1 a 8,0 8,1 a 12,0 > 12,0 > 60 0 a 0,2 2,1 a 3,0 3,1 a 4,0 4,1 a 6,0 > 6,0 Fonte: Sou

Como Medir o pH do Solo e Corrigir sua Acidez: Guia Passo a Passo

Como Medir o pH do Solo e Corrigir sua Acidez: Guia Passo a Passo Medir o pH do solo é fundamental para garantir a saúde e a produtividade das plantas cultivadas. Um solo com pH adequado proporciona uma melhor absorção de nutrientes pelas plantas, favorecendo seu crescimento e desenvolvimento. Com o Medidor de pH do Solo , esse processo se torna ainda mais simples e preciso. Neste guia, vamos ensinar como medir o pH do solo e corrigir sua acidez, além de apresentar tabelas úteis para auxiliar na interpretação dos resultados. Passo 1: Preparação do Solo Antes de medir o pH do solo, certifique-se de que o solo esteja úmido , mas não encharcado. Evite realizar a medição logo após a aplicação de fertilizantes ou corretivos, pois isso pode interferir nos resultados. Passo 2: Utilização do Medidor de pH do Solo Ligue o Medidor de pH do Solo. Insira a sonda do medidor no solo, a uma profundidade de aproximadamente 5 a 10 centímetros . Aguarde alguns segundos até que o medidor estabilize e ex

COMO A ANÁLISE DE SOLO VAI SALVAR SUA LAVOURA (VAMOS TE ENSINAR)

Ainda é comum que muitos agricultores façam a adubação de suas culturas sem a realização da análise do solo. Por mais que seja uma prática habitual, o correto é sempre planejar e realizar a adubação a partir das características do solo e das necessidades da planta. Deseja se especializar em análise de solo? BAIXE O NOSSO MATERIAL CLICANDO AQUI Por que a análise do solo é tão importante? A análise do solo é considerada a medida mais prática, rápida, direta e barata de se fazer uma análise racional da fertilidade do solo e de transferir tecnologia por meio de insumos para que o agricultor possa ter uma lavoura com alta produtividade. A maior utilização da análise do solo é no sentido de orientação no emprego de fertilizantes e calagem. Ou seja, através da análise do solo pode-se determinar a quantidade do elemento no solo e estimar as necessidades de calagem e dos nutrientes essenciais necessários para a obtenção de uma produção economicamente rentável para o agricultor. Entre em nosso c