Com certeza já ouviu sobre um poder de cura, tratamento emocional ou aroma proveniente das plantas. Porém, talvez não saiba que os óleos essenciais são os verdadeiros responsáveis por tais características.
Estes óleos, hoje em dia, são motivos de estudo em diversas áreas de pesquisa como a área médica, botânica, farmacêutica, psicológica, dentre outras. Nos tempos atuais, o mercado de óleos essenciais cresceu, devido a novas descobertas em pesquisas, crescimento no ramo de cosméticos e procura por novos estimulantes emocionais.
Brasil x Óleos essenciais
Porém, antes de começarmos com especificações e métodos utilizados, podemos observar e entender o aumento significativo do uso, mercado e pesquisas relacionadas aos óleos essenciais.
Um dos motivos é a alta biodiversidade encontrada no país, isso se deve tanto à extensão do território brasileiro quanto à presença, na região norte, da Floresta Amazônica, que detém uma imensa variedade de plantas conhecidas e desconhecidas.
Também podemos ressaltar que, a produção de óleos essenciais no mundo bateu o número de 45 mil toneladas em 2012, sendo 13,5% proveniente da produção brasileira. Assim, conjuntamente com o aumento da produção, houve o crescimento das pesquisas e métodos de utilização.
Recentemente, devido a alguns problemas crônicos observados na produção de óleos essenciais por parte do Brasil, surgiu a ABRAPOE (Associação Brasileira do Produtores de Óleos Essenciais) almejando, a partir da aproximação entre os produtores e centros de pesquisas, agregar qualidade aos óleos através de pesquisas e estudos de padronização.
A recente criação da associação auxilia e observa os principais tópicos necessários e dores do setor. Desta forma, a ABRAPOE tem papel fundamental no desenvolvimento e crescimento da visão exterior e interior do setor brasileiro de produção de óleos essenciais.
Óleos essenciais na Química
Primeiramente, temos que os óleos essenciais são misturas aromáticas presentes em plantas aromáticas e, por se tratar de um óleo, é constituído de substâncias hidrófobas (não se dão bem com a água).
Além disso, possuem um caráter volátil, ou seja, são compostos altamente suscetíveis a mudança de estado físico, especificamente do estado líquido para o gasoso. Por conta disso, é possível sentir e se deliciar com suas fragrâncias de longe.
Não podemos esquecer que são misturas, ou seja, existem diversas substâncias em sua composição, desta forma, um óleo essencial é capaz de armazenar diferentes princípios ativos consigo.
Plantio e cultivo das espécies
As plantas medicinais e aromáticas cultivadas no Brasil são, em sua maioria, espécies exóticas, ou seja, originárias de outras regiões e países.
Desta maneira, nem sempre as condições locais são as mais adequadas para o cultivo destas plantas, podendo acarretar na alteração da qualidade e quantidade do óleo e princípios ativos por ela fornecidos.
Assim, se faz necessário o estudo das condições naturais e climáticas específicas da planta para obter uma quantidade e qualidade próxima a excelência do óleo.
Em adição, você pode utilizar técnicas agroecológicas no cultivo destas plantas, alguns exemplos são barreiras de vento, uso de cobertura morta ou ainda o cultivo mínimo do solo.
O cultivo pode ser feito de forma caseira, porém, valem os mesmos cuidados apresentados anteriormente.
Extração dos óleos essenciais
Algumas pessoas podem pensar que, ao colocar uma folha, pétala ou talo, na água quente conseguirá extrair uma parcela razoável de óleo mas, em média, são necessários 3kg de plantas para a confecção de 10 mL de óleo essencial envasado.
A extração dos óleos essenciais acontece a partir de suas respectivas plantas aromáticas, os métodos de extração podem variar bastante, devido ao fato de existirem métodos caseiros e industriais para realizar esta etapa.
O método caseiro consiste na extração por destilação por arraste a vapor através de uma panela de pressão, em que o vapor de água da panela de pressão juntamente com as plantas é encaminhado para um local fresco a fim de voltar para o estado líquido novamente.
Por outro lado, a extração de óleos essenciais no ambiente industrial pode ser feita a partir da destilação por arraste a vapor, resinagem ou extração por solvente. Embora haja outros métodos, o mais comum é o de destilação.
Para o próximo passo, o óleo deve ser separado da água, nesta etapa é usado um funil de decantação, onde por diferença de densidade os líquidos são enviados para recipientes diferentes.
Análise e Qualidade
Após os processos de extração, os óleos essenciais, agora separados, passarão por alguns estudos a fim de determinar a pureza, as características físico-químicas e taxas relacionadas aos princípios ativos contidos na mistura.
Nesta etapa, o óleo essencial pode passar por uma gama de estudos, porém, alguns procedimentos como a cromatografia gasosa, índice refrativo, ressonância nuclear magnética e o famigerado nariz (Avaliação Organoléptica) merecem maior atenção.
Primeiramente, ao abordar a cromatografia gasosa, temos a quantificação e definição dos componentes realizada através da separação da mistura. Este estudo é feito em duas fases e pode acarretar na degradação dos componentes, tornando os resultados imprecisos ou incompletos. Porém, são responsáveis por descobertas de novos componentes.
Segundamente, temos a análise a partir do índice refrativo, obtendo os resultados de pureza e propriedades a partir da refração da luz na mistura em vácuo.
Também temos a ressonância nuclear magnética que, com um maior poder de determinar componentes orgânicos presentes na mistura, é feita através da verificação dos núcleos presentes, onde alguns orientam-se de forma contrária e outros na mesma direção do campo magnético.
A avaliação organoléptica consiste avalia a pureza do óleo a partir da verificação e julgamento do odor contido em fitas de amostra. Pode parecer simples, mas com treinamento e profissionalismo esse teste concebe resultados de alto valor para a análise geral do óleo.
Usado para que?
Nos dias atuais existem inúmeras formas de se utilizar os óleos essenciais, seja puro e líquido ou como matéria prima na produção de outros produtos.
Depois de analisar e comprovar a sua qualidade, esse óleo pode ser envasado e vendido ou enviado em grandes escalas para indústrias farmacêuticas e de cosméticos.
Com relação ao uso do óleo essencial puro, existem diversas técnicas de aplicação e uso, inseridas em uma categoria específica chamada aromaterapia. Utilizar os princípios ativos para tratamentos psicológicos, dermatológicos e medicinais são os objetivos da aromaterapia.
Contudo, a principal forma de utilização dos óleos essenciais se dá pela confecção de outros produtos, sendo utilizados como matéria prima. As indústrias farmacêuticas e de cosméticos recebem maior destaque.Então, através de pesquisas e processos químicos, os óleos essenciais são destrinchados em componentes menores para realizar o tratamento ou aromatização da forma que for necessário.
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