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SEMENTES CERTIFICADAS | Saiba a importância da certificação de sementes para a produção agrícola

Sementes certificadas são o insumo mais importante na agricultura. Afinal, elas carregam todo potencial produtivo da planta, além do investimento em melhoramento genético e biotecnologia, ou seja, é uma importante tecnologia.

Aprendemos qual a função de uma semente lá na infância, quando fizemos nosso primeiro experimento, com algodão e um feijão. A partir dele foi possível acompanhar o crescimento e desenvolvimento de uma nova planta. Na agricultura, as proporções se tornam maiores, mas ainda assim são as sementes, as responsáveis pela multiplicação de muitas espécies vegetais.

A escolha de uma semente ruim compromete a produtividade da lavoura e traz prejuízos financeiros aos produtores. Dessa forma, para que haja garantia de qualidade é preciso que o produtor invista em sementes certificadas.

A não utilização de sementes de alto valor pode deixar o agricultor às margens da inovação tecnológica presente nas cultivares.

O que são sementes certificadas?

Sementes certificadas, assim como qualquer outra, tem a função de gerar novas plantas. No entanto, esses insumos que foram certificados contam com um rigoroso controle nas etapas de seu desenvolvimento. Desde sua origem genética até o controle da multiplicação de sementes e gerações de plantas. 

Além disso, as sementes certificadas possuem alta qualidade, que podem ser expressas por atributos de:

  • Pureza física: ausência de contaminações com outros tipos de sementes. Sejam elas de outras culturas, ou plantas daninhas;
  • Qualidade fisiológica: devem apresentar alta taxa de germinação e uniformidade (vigor);
  • Qualidade sanitária: as sementes devem ser livres de pragas e doenças.

A certificação de sementes atua na preservação das características genéticas e da identidade da cultivar o que acaba resultando em uma lavoura uniforme e com alta produtividade. 

Além disso, as sementes certificadas são uma forma de proteção para o produtor e para quem desenvolveu a semente. A certificação garante ao comprador que o produto é da cultivar correta, sem contaminantes, com alta taxa de germinação e isenta de pragas e doenças.

Dessa forma, são as sementes certificadas que devem ser utilizadas pelos agricultores para a produção de grãos (soja, milho, arroz, feijão etc.).

Você sabe a diferença entre grão e semente?

  • Grão: destinado para o consumo, como alimento, humano ou animal. O grão também é utilizado nos processos industriais. A qualidade é medida por sua aparência, sanidade e propriedades físico-químicas para o processamento. 
  • Semente: necessita germinar. Precisa estar viva e dar origem a uma nova planta, quando exposta às condições favoráveis para isso. A qualidade da semente é medida pelo seu estado fisiológico (germinação, respiração, sanidade, por exemplo).
Como as sementes certificadas são produzidas?

As sementes são o resultado de anos de pesquisa do melhoramento genético desenvolvendo cultivares com qualidade e características que agregam valor à produção, resolvendo problemas das lavouras.

Na produção e multiplicação das sementes é necessário que os atributos e as características sejam mantidos. Para isso, esse processo é realizado em locais específicos, chamados campos de produção de sementes.

Os campos são locais isolados e que precisam ser registrados no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento – MAPA. O isolamento do campo serve para que não ocorra contaminação com o pólen de outras espécies. Além disso, há um controle rigoroso durante a produção. Todas as etapas de cultivo, desde a avaliação prévia da área até a colheita são fiscalizadas.

Os principais fatores avaliados são:

  • Condições do solo
  • Condições climáticas
  • Sanidade da área
  • Plantas daninhas
  • Porcentagem de emergência das sementes
  • População das plantas
  • Aspecto das sementes colhidas
  • Estimativas de produção

Após o cultivo, as sementes colhidas são submetidas a diferentes testes em laboratório, com o objetivo de avaliar a pureza e suas qualidades fisiológica e sanitária. E, após passarem pelos testes, os lotes aprovados são levados para unidades de beneficiamento.

As unidades de beneficiamento (UBS) são locais onde tudo que possa atrapalhar o bom desempenho das sementes será descartado. Nas UBS são retiradas impurezas e materiais indesejáveis, como grãos quebrados e sementes de outras espécies. Nesses locais também é feita a classificação por tamanho, peso, idade, entre outros atributos.

Sementes que não estiverem dentro dos padrões de classificação não podem ser vendidas para o produtor, e serão destinadas à venda como grãos. Abaixo, pode-se verificar o destino da produção de sementes certificadas.

Regulamentação das sementes certificadas

A regulamentação das sementes certificadas é dada pela Lei nº 10.711, de 5 de agosto de 2003, que trata sobre o Sistema Nacional de Sementes e Mudas. Essa lei aborda todas as etapas do processo de produção, certificação e todos os procedimentos necessários para que seja mantida a qualidade no cultivo.

Uma das medidas para que essa qualidade seja certificada é a avaliação dos campos onde são produzidas as sementes. Esse processo é feito periodicamente, durante todo o ciclo produtivo. Essas vistorias servem para coletar informações dos campos de produção e compará-las com os padrões estabelecidos pelas normas do MAPA.

Um dos objetivos da coleta e análise das informações do campo de sementes é garantir sua pureza varietal durante os ciclos produtivos. Essas medidas servem para proporcionar ao produto o melhor desempenho no campo e potencializar os efeitos de outros insumos agrícolas, como fertilizantes e defensivos. 

  • Pureza varietal: é o conjunto de características de um material genético que o faz distinto dos demais. É o que identifica um genótipo e deve ser mantido durante sua multiplicação.

Sementes produzidas sem o processo de certificação são consideradas sementes piratas. Estas são vendidas no mercado informal e normalmente são comercializadas por fornecedores descredenciados e falsificadores.

Quais são os perigos das sementes piratas?

Sementes piratas são aquelas que não passam por um controle de qualidade na sua produção e não possuem registro no MAPA, ou seja, produtos inferiores. A produção, venda ou compra de sementes piratas é ilegal. Além disso, o uso desse tipo de produto pode causar prejuízos de até 2 bilhões de reais por ano ao agricultor.

Dentre as causas dos prejuízos está a baixa qualidade, a ameaça de eficiência da atividade e todos os demais itens do custo de produção aplicados às lavouras.

O prejuízo mais imediato no uso de uma semente pirata é a baixa germinação. Geralmente as sementes piratas não têm uniformidade na sua germinação, gerando falhas na lavoura e prejudicando o estabelecimento da cultura. Essas falhas vão deixar mais espaço livre para as plantas daninhas que vão dificultar o controle da lavoura e aumentar os gastos com defensivos agrícolas.

Sem o controle de qualidade na produção, as sementes piratas podem carregar pragas e doenças que serão manifestadas no campo, com a implantação da lavoura. Patógenos que estão nas sementes piratas podem servir de contaminantes do solo, causando prejuízos nas safras seguintes.



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