Pular para o conteúdo principal

ANÁLISE QUÍMICA DO SOLO | Saiba como realizar e qual a importância da realização para a agricultura

A maior parte dos solos brasileiros não apresentam condições químicas naturais adequadas para sustentar um bom desenvolvimento das culturas. 

Além disso, mesmo se o solo possuir grande fertilidade, com o tempo as sucessivas culturas vão exauri-lo, ou seja, diminuir muito as quantidades de nutrientes. 

Dessa forma, os produtores precisam melhorar o grau de fertilidade dos solos a fim de se obter sucesso em suas lavouras. Para isso, é preciso conhecer as quantidades de nutrientes para reposição, além de melhorar as condições de solo com calagem, gessagem e fosfatagem quando necessário. E é somente com as análises química e física do solo que você vai saber disso.

Uma análise física e química do solo influencia na adubação? 

A ferramenta mais utilizada para definir como isto será feito (principalmente quais os produtos a serem utilizados e quanto aplicar) é a análise química de solo. 

Sem uma análise completa e um adequado programa de calagem e adubação, o sucesso estará distante do lucro do agricultor. É muito importante você fazer a avaliação e o monitoramento das condições de fertilidade da área a ser cultivada. 

Portanto, o responsável pela propriedade rural deve estar preparado para resolver questões relacionadas à interpretação dos resultados das análises. Para começarmos a entender melhor sobre essas análises vamos entender sobre cada uma delas:

Os 3 tipos de análises de solo mais usadas na agricultura: 

1. Análise química de solo 

A análise química do solo avalia a fertilidade, determinando a acidez e disponibilidade de nutrientes às plantas. Sendo um importante instrumento na orientação da tomada de decisões, cada etapa de execução de uma análise de solos deverá ser seguida rigorosamente: 

a) Amostragem do solo: Uma amostra de solo consiste em uma pequena porção de solo capaz de representar a gleba. Falaremos com detalhe mais adiante. 

b) Determinações químicas: Esta etapa é realizada no laboratório, o qual você deve escolher um de confiança e credenciado (veja mais sobre isso aqui). 

c) Interpretação dos resultados da análise química do solo, além da física, e recomendações de corretivos e quantidade de adubos. 

d) Implantação das recomendações: com as recomendações técnicas baseadas na análise química do solo e manejo, cabe a você implantar as mesmas.

2. Análise granulométrica (física) do solo 

Consiste em se realizar a determinação dos teores de areia, silte e argila. Isso auxilia, por exemplo, na adequada interpretação dos teores de nutrientes no solo. 

Além disso, é a análise que determina a textura do solo, muito melhor e mais assertiva que estimar pela botina ou na mão. No caso da textura do solo temos que ter em mente que esse é um dos parâmetros para a caracterização do solo, sendo realizada apenas uma vez na área. 

3. Análise Química de Tecido Vegetal (Planta) 

Esse tipo de análise é menos utilizada que as primeiras análises descritas acima. Mas é com ela que você verifica a interação  solo-planta-clima, verificando se o seu manejo está sendo efetivo. Com a análise química do tecido vegetal, identifica-se possíveis deficiências, toxicidades e ainda distingue sintomas provocados por doenças dos problemas nutricionais. 

Entre todos os órgãos da planta, normalmente a folha é que reflete melhor o estado nutricional de carência.

As análises foliares são realizadas durante o ciclo da cultura para verificação do estado nutricional e ajudar a diagnosticar algum problema na lavoura. Assim, esse tipo de análise é complementar às análises de solo. 

Enquanto a análise foliar é durante a safra, as análises de solo devem fazer parte do planejamento da instalação das culturas agrícolas.

Época e frequência da análise química do solo 

A análise  de solo deve ser repetida em intervalos de um a três anos, dependendo  da intensidade  da adubação, do número de culturas de ciclo curto consecutivas ou do estágio de desenvolvimento de culturas perenes. 

Assim, recomenda-se maior frequência em áreas com exploração com culturas anuais e solos arenosos e que recebem maiores aplicações de fertilizantes e corretivos. Quanto à época de coleta das amostras de solo, elas podem ser realizadas em qualquer época do ano. 

No entanto, para culturas anuais é interessante ter a análise química do solo antes do plantio e após a calagem. Assim, os resultados permitem tomada de decisão mais assertivas para a futura lavoura. Isso permite que a fertilidade do solo não seja um fator limitante à produtividade das culturas naquele e demais anos agrícolas.



Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

TABELAS DE INTERPRETAÇÃO DE ANÁLISE DE SOLO

Quantidade Ideal de Macronutrientes Primários para o Solo Agrícola Funções dos Macronutrientes Primários Nitrogênio (N): Responsável pelo crescimento vegetativo das plantas, atua na formação de proteínas e clorofila, essenciais para a fotossíntese. Fósforo (P): Fundamental para o desenvolvimento radicular, formação de sementes e frutos, e participa do armazenamento e transferência de energia (ATP). Potássio (K): Ajuda na regulação estomática, balanço hídrico, e aumenta a resistência a pragas e doenças. Tabela de Quantidades Ideais de Macronutrientes Primários Cultura Nitrogênio (N) (kg/ha) Fósforo (P2O5) (kg/ha) Potássio (K2O) (kg/ha) Milho 120 – 180 60 – 90 70 – 120 Soja 20 – 30* 50 – 80 60 – 100 Trigo 90 – 120 40 – 60 30 – 60 Cana-de-açúcar 80 – 120 50 – 100 120 – 180 Café 120 – 200 100 – 250 120 – 200 Arroz Irrigado 80 – 120 40 – 60 30 – 60 Hortaliças 100 – 200 80 – 150 100 – 200 Frutíferas 100 – 150 60 – 120 100 – 200 *Na soja, a maior parte do nitrogênio é fixada biologicame...

COMO USAR A PLANILHA DE RECOMENDAÇÃO DE ADUBAÇÃO E CALAGEM

Como Fazer Recomendação de Adubação e Calagem com Precisão Usando Nossa Planilha Inteligente Se você é produtor rural, técnico agrícola, engenheiro agrônomo ou estudante de ciências agrárias, já deve ter passado por isso: receber uma análise de solo do laboratório e não saber exatamente o que fazer com aqueles dados . A boa notícia é que agora você não precisa mais quebrar a cabeça ! Desenvolvemos uma planilha prática, atualizada e automatizada que realiza a recomendação completa de adubação e calagem para as principais culturas do Brasil — e o melhor: de forma simples, rápida e precisa. Por que é importante interpretar corretamente a análise de solo? Interpretar corretamente uma análise de solo é o primeiro passo para garantir uma nutrição equilibrada das plantas, evitar desperdícios com adubos e corretivos e, principalmente, aumentar a produtividade e rentabilidade da lavoura . No entanto, muitos produtores ainda têm dúvidas ao tentar transformar os números da análise em açõ...

APRENDA O CÁLCULO DE APLICAÇÃO DE NPK PARA AS PRINCIPAIS CULTURAS AGRÍCOLAS

  A adubação correta é um dos fatores essenciais para o sucesso de qualquer cultura agrícola. O NPK, que representa os macronutrientes Nitrogênio (N), Fósforo (P) e Potássio (K), é fundamental para o desenvolvimento das plantas. No entanto, a quantidade correta a ser aplicada varia conforme a cultura, o tipo de solo e a fase de crescimento da planta. Neste artigo, vamos explicar como calcular a aplicação ideal de NPK para algumas das principais culturas agrícolas do Brasil. 1. Como calcular a aplicação de NPK? Para calcular a necessidade de NPK, é essencial seguir três passos: Análise de solo – Fundamental para conhecer os teores de nutrientes já presentes e as deficiências a serem corrigidas. Recomendação técnica – Cada cultura possui uma exigência específica de NPK, que pode ser encontrada em boletins técnicos ou manuais de fertilização. Cálculo da dose – A partir da necessidade da cultura e dos resultados da análise de solo, calcula-se a quantidade exata de fertilizante a ser...