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OVINOCULTURA DE CORTE | Conhece as principais raças, suas características e métodos de manejo em ovinos

 

Devido ao abate de animais que produzem uma carcaça de melhor qualidade, o mercado consumidor dos grandes centros tem demonstrado elevado potencial de crescimento. A viabilidade dos sistemas de produção de carne ovina está justamente na oferta de um produto que satisfaça consumidores cada vez mais exigentes. Além disso, deve ser avaliada a relação custo/benefício, ou seja, a lucratividade da produção. Cada criador deve desenvolver um sistema de criação adequado à sua realidade.

Raças de ovelhas

Dentre as várias raças de ovinos existentes no Brasil, as principais com aptidão para carne são Suffolk, Hampshire Down, Ile de France, Texel, Poll Dorset, Santa Inês, Morada Nova e Bergamácia. Outras criadas e com bom nível de adaptação em território nacional, são as produtoras de lã fina Merino Australiano e Ideal; e animais de dupla aptidão, como Corriedale, Romney Marsh e Border Leicester.

Uma forma de aproveitar o potencial produtivo de todas elas seria a sua utilização em cruzamento industrial, visando a obtenção da união das melhores características das raças de corte e as de outra aptidão, em animais com boa velocidade de crescimento e carcaças superiores.

Com boas composições genéticas entre as raças, o que irá definir uma máxima expressão do potencial produtivo das mesmas é a qualidade da alimentação e um manejo reprodutivo e sanitário adequados.

Manejo Reprodutivo

Em um sistema de produção de ovinos, é fundamental que se determine a época da estação de monta, a qual não deve ter duração maior que 60 dias. Dessa forma, está se evitando a desuniformidade muito grande dos cordeiros nascidos e, também, que as ovelhas tenham problemas para emprenhar. A estação de monta deverá ser estabelecida para que os nascimentos coincidam com a maior oferta de pastagem e temperaturas mais elevadas.

Algumas técnicas de manejo podem aumentar a eficiência reprodutiva das fêmeas do rebanho, entre elas podemos destacar a utilização do  “flushing” reprodutivo, melhorando o número de cordeiros nascidos. Esse consiste  na elevação do nível nutricional das ovelhas, três a quatro semanas antes do início da estação de monta. Isso é obtido colocando as ovelhas em pastagem de boa qualidade ou fornecendo uma suplementação alimentar com feno, silagem ou concentrado. Também com a prática da tosquia e com o efeito macho pode-se aumentar a  prolificidade das matrizes.

Desmama

Observando a curva de lactação das ovelhas, vê-se que o pico de produção de leite ocorre entre a terceira e quarta semanas após o parto, sendo que 75% do total da lactação é produzido nas primeiras oito semanas. Assim, não se justifica prolongar muito o período de amamentação, já que junto com a diminuição de leite materno, o cordeiro necessita de alimento sólido para estimular o desenvolvimento do rúmen.

A época da desmama varia de acordo com as condições de produção, podendo ser precoce, entre 21 e 45 dias, praticada em explorações leiteiras e sistemas intensivos de produção de carne; semi-precoce, entre 60 e 100 dias, quando existe possibilidade de fornecer boas condições nutricionais aos cordeiros em terminação; e tardia, entre 100 e 150 dias de idade, para sistemas extensivos de criação.

O uso do creep-feeding para cordeiros é uma ótima opção para melhorar o nível nutricional dos mesmos, podendo, assim, submetê-los à desmama precoce ou semi-precoce. Nele é fornecida ração balanceada, palatável, com alto nível energético, proteína bruta na faixa de 12 a 14 % e adequado teor de minerais.

Manejo sanitário

O manejo sanitário é um dos fatores essenciais para os sucesso da produção, dele depende a manutenção da saúde dos animais, determinante na expressão do potencial produtivo dos mesmos. Um dos aspecto mais importantes nessa etapa é o controle das verminoses, geradora de grandes perda econômicas na produção. Assim, recomenda-se a aplicação periódica de vermífugos, de acordo com um calendário sanitário estabelecido, permitindo a eficacia da utilização  dos mesmos.

Outras enfermidades são comuns na criação de ovinos e o criador deve estar sempre atento a ocorrências. Podemos destacar a podridão dos cascos, ectoparasitoses, fotossensibilização, ceratoconjuntivite infecciosa, ectima contagioso, aftosa, tétano e brucelose, que prejudicam a produção e levam a perdas econômicas, se não tratadas e controlas de forma adequada.

Carne de ovinos

A determinação do peso ótimo de abate deve levar em consideração a qualidade da carcaça, as questões econômicas e as preferências dos consumidores. No Brasil, o peso da carcaça entre 12 e 15 kg tem excelente comercialização. A quantidade de gordura é o principal fator determinante do peso ideal de abate, o qual pode variar de acordo com a genética e o sistema de alimentação. Mas ele pode variar, também, de acordo com os animais.

O rendimento de carcaça no abate de cordeiros de 30 a 35 kg está, em média, entre 42 e 45 %. O aumento do peso de abate pode elevar o rendimento dessas carcaças. Porém, rendimentos muito altos podem estar associados a excessivo grau de gordura. O que se procura é um peso de abate no qual a proporção de músculos da carcaça seja máxima, e a gordura seja suficiente para conferir à carne características adequadas à preferência do consumidor.

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