Extensão rural é um dos ramos das ciências agrárias que se ocupa em fornecer serviços de educação formal, ou não, de caráter continuado para o meio rural e pesqueiro, auxiliando e promovendo processos de gestão, produção, beneficiamento e comercialização das atividades, bem como dos serviços agropecuários e não agropecuários, incluindo as atividades agroextrativistas, florestais e artesanais.
Via de regra vemos os termos assistência técnica e extensão rural serem empregados juntos, entretanto há de se fazer uma separação, inclusive para destacar a característica de cada atividade e, justificar o emprego de dinheiro público na extensão rural.
A assistência técnica se caracteriza pelo fato de que esta não tem, necessariamente, um caráter educativo, pois visa somente resolver problemas específicos, pontuais, sem capacitar o produtor rural; já o processo, extensão rural significa, num sentido literal, o ato de estender, levar ou transmitir conhecimentos de sua fonte geradora ao receptor final, o público rural.
Todavia, como processo, em um sentido amplo e atualmente mais aceito, extensão rural pode ser entendida como um processo educativo de comunicação de conhecimentos de qualquer natureza, sejam conhecimentos técnicos ou não.
Quem está apto a execer essa atividade no meio rural
Podem se candidatar a carreira pública ou privada de extensionista rural ou aquícola e pesqueira os profissionais das seguintes áreas: medicina veterinária, zootecnia, engenharia agronômica, licenciatura em ciências agrarias, engenharia de pesca, engenharia de aquicultura e ciências sociais, entre outras.
Aptidões necessárias
Antes de mais nada o extensionista deve ser um bom comunicador, dado que essa é uma qualidade necessária a um professor, visto que a extensão é uma atividade eminentemente educacional. Mas esse processo supõe uma predisposição do extensionista em fazer uma troca de saberes, entre o saber acadêmico e o saber popular experimental do produtor, seja ele agropecuário ou aquícola e pesqueiro.
Outra qualidade imprescindível é a versatilidade para diante de imprevistos buscar soluções com outros colegas, ou junto à os órgãos de pesquisa para elucidar os problemas encontrados. Igualmente o Extensionista deve ter a disposição de estudar sempre, em razão das múltiplas exigências dos produtores nas diversas etapas das cadeias produtivas com as quais o Extensionista vai ter que exercer sua atividade de instrutor, facilitador, apoiador e intermediador, nesse último aspecto, junto aos órgãos envolvidos nas etapas das cadeias produtivas.
O extensionista deve ensinar fazendo o que sabe da academia, conhecer a realidade do produtor ou pescador, ser um bom parceiro e conviver com as diversas pessoas envolvidas no processo produtivo.
A extensão rural, aquícola ou pesqueira é a profissão que tem por mister transmitir os conhecimentos consolidados da pesquisa para sua aplicabilidade direta na agropecuária, na aquicultura ou na pesca; ocorre, entretanto, que por vezes quando da aplicação dos resultados da pesquisa surgem resultados um pouco diversos do esperado, aí o extensionista com sua versatilidade faz um feedback aos pesquisadores para que promovam as devidas adaptações daquela pesquisa à nova realidade encontrada pelo extensionista.
Importância
Como visto a missão de um extensionista é fundamental para o desenvolvimento das cadeias produtivas quer sejam agropecuárias, aquícolas ou pesqueiras. A extensão rural associada a assistência técnica é a ferramenta imprescindível para o desenvolvimento ambientalmente correto, socialmente justo e economicamente viável da produção agropecuária, aquícola ou pesqueira.
Reflexão sobre o
serviço no Brasil
O Brasil tem um perfil rural e uma economia agropecuária muito diversificados. Um modelo ou sistema único de ater dificilmente atenderia a toda a demanda potencial existente. O pluralismo de modelos que combinem financiamento e agentes públicos e privados, de modo a atender a todos os públicos é a melhor saída para um desenvolvimento mais rápido e sustentado.
Nesse sentido, o Estado tem um papel ainda por cumprir através de um maior estímulo ao financiamento público da contratação de serviços estatais ou privados de ater. Embora já exista no Brasil um mercado para serviços privados de ater, são necessárias pesquisas a seu respeito, bem como o aperfeiçoamento da legislação existente. Se o País quiser atender às expectativas mundiais de grande produtor de matérias primas agropecuárias e alimentos, não poderá limitar-se à discussão sobre o fim dos subsídios.
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