Podem até afirmar que não há receita para se ser bem-sucedido na agricultura. No entanto, com o aperfeiçoamento da pesquisa, avanço das tecnologias, alternativas de manejo e novas oportunidades para comercialização, é possível dizer que existem algumas boas práticas de gestão que podem melhorar a produtividade e a rentabilidade como um todo.
Projetar e preparar a fazenda para um contínuo processo de produção e uma visão sistêmica do produtor para maior lucratividade no campo, ou seja, pensar a longo prazo e traçar estratégias conjuntas, podem ser a chave para o sucesso da lavoura.
A melhor produtividade de grãos está pautada no investimento em preparação de solo e insumos como sementes e fertilizantes; além de máquinas, equipamentos e em outras tecnologias, como agricultura de precisão.
Além disto, esta cada vez mais difundido no mercado o uso de produtos biológicos, que agem em diferentes alvos, por exemplo, no aumento da resiliência das plantas frente a situações de déficit hídrico e condições de temperatura extrema, tornando-as mais resistentes e capazes de produzir ainda que em situações de stress, agindo como uma garantia de produtividade em cenários adversos .
No que tange a melhorar rentabilidade, diferentemente da produtividade que envolve os aspectos gerais de produção, encontramos outras variáveis importantes que vão além do campo, como a comercialização do produto, armazenagem e financiamentos.
Dessa forma, obter a máxima rentabilidade, produtividade e rendimento da lavoura não depende apenas de condições adequadas de solo e clima; é necessário escolher, de forma estratégica, insumos e práticas assertivas de manejo e comercialização. Na sequência vamos falar de algumas práticas de manejo que podem aumentar a produtividade e rentabilidade da sua lavoura.
Fatores que devem ser considerados para uma melhor produtividade da
lavoura
Para se conseguir um aumento de produtividade da lavoura de milho, soja e algodão, é importante considerar fatores como:
- Temperatura adequada para o desenvolvimento da cultura a ser instalada.
- Luminosidade: a maioria das culturas como soja, milho e algodão precisam de alta luminosidade. A luz solar deve ser fornecida diariamente, por algumas horas.
- Solo: o ideal é que ele seja bem drenado, aerado, fértil, rico em matéria orgânica e com boa disponibilidade de nitrogênio.
- Quantidade de matéria orgânica: bons resultados são obtidos por meio de rotação de culturas e manejo.
- Solos cobertos com palha: no momento da implantação da lavoura, o produtor deve considerar fazer rotação de culturas, não restringindo as semeaduras entre soja, milho e trigo, para um maior volume de palhada e melhor enraizamento e infiltração de água no solo.
- Sementes: devem ser de boa procedência, certificadas e mantidas sem contato com substâncias químicas ou exposição solar, até o momento do plantio. Condição hídrica e
- Irrigação: há uma frequência necessária para que o solo permaneça úmido, mas nunca encharcado. Enraizamento das culturas: raízes bem estruturadas melhoram a parte física do solo, aumentando a infiltração e a retenção de água.
- Uso de biológicos: melhora a saúde do solo e reduz erosões, auxilia no melhor uso da água, estimula a biodiversidade; além de contribuir para o enriquecimento da flora do solo.
- Tratos culturais: vistoriar a plantação semanalmente para eliminar agentes externos prejudiciais ao desenvolvimento da planta.
- Tempo de Colheita: depende da maneira como o plantio foi realizado, da espécie e das condições climáticas da região.
As práticas citadas visam o melhor aproveitamento dos recursos, que proporcionam menores gastos e, consequentemente, maior lucratividade ao produtor. Por isso, é importante que o agricultor fique atento a todas essas circunstâncias, considerando todos os fatores para decidir o momento ideal de realizar o plantio de uma cultura. O recomendado é planejar a época de início do plantio, de forma que a floração e enchimentos dos grãos não ocorram em períodos críticos de falta de água, além do planejamento do tipo de semente, tratamentos e manejo possam fazer a diferença entre a produtividade acima ou abaixo da média esperada.
Manejo e bom
desempenho da lavoura
A tecnologia para aumento da eficiência nos processos agrícolas está cada vez mais difundida no Brasil. A profissionalização no setor do agronegócio tem contribuído para o bom desenvolvimento das lavouras como um todo.
Vejamos alguns dos processos que estão sendo beneficiados pelo uso da tecnologia, o que significa também otimização de tempo e investimentos, diminuição de gastos com combustível, sementes e insumos e muito mais:
- Correção do solo baseado em análise;
- Adubação da área conforme necessidade nutricional da cultura;
- Controle de erosão e compactação do solo para melhor aproveitamento de água
- Investimento no tratamento de grãos para garantir melhoria na qualidade das sementes;
- Redução do espaçamento, permitindo maior densidade de plantio e otimização do uso das máquinas plantadoras;
- Manejo de pragas, doenças e plantas daninhas;
- Regulagem e manutenção do maquinário para plantio.
Rentabilidade da
lavoura
Investimento em um sistema de gestão de campo, aplicação de novas tecnologias, manejo adequado, ampliação da área de plantio, investimento no desenvolvimento genético das sementes e armazenagem própria, são alguns dos processos que podem levar a uma maior rentabilidade da lavoura. E como melhorar esse cenário?
- Fazer planejamento da safra e incluir no orçamento, previamente, uma pesquisa dos fluxos financeiros como: investimentos, receitas, despesas, recursos (físicos e humanos), benfeitorias e maquinários, solo, logística e outros. Cada cultura tem sua estimativa, suas particularidades ambientais e socioeconômicas próprias.
- Para uma boa colheita, é preciso monitorar o funcionamento das colhedoras, como altura de corte, velocidade, entre outras; além de ter funcionários capacitados para o bom uso e aproveitamento das máquinas.
- Aproveitar a aplicação da tecnologia no processo de plantio. A agricultura 4.0 traz uma evolução na comunicação entre os equipamentos, como o uso de GPS em máquinas para melhorar a eficiência e diminuir gastos com combustíveis; uso de sensores para fazer leituras não só das máquinas, mas também do meio ambiente. Esses sensores capturam informações do solo e geram mapas de fertilidade e zonas de manejo;
- Contratar mão-de-obra qualificada, que saiba lidar com a tecnologia aplicada ao setor agrícola como um todo. A carência de colaboradores capacitados afeta no resultado do produtor. Ao investir no treinamento e qualificação de mão de obra, há redução do desperdício e, automaticamente, ganho de rentabilidade e produtividade, aumentando a lucratividade do negócio.
- Fazer armazenagem própria. O uso de tecnologia no campo possibilita produzir mais e, investir em armazenagem na própria fazenda, permite decidir sobre o momento ideal para negociar a produção no mercado, além de evitar problemas com frete ou ausência de armazéns em portos e canais.
- Existem inúmeras medidas para potencializar os recursos disponíveis e obter maior rentabilidade com a produção agrícola na fazenda. Um sistema de gestão alinhado e planejamento e monitoramento adequados farão com que haja redução de perdas na propriedade rural, obtenção de agilidade de processos e aumento de ganhos.
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