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ROTAÇÃO DE CULTURAS: O que é, e qual a sua importância para a produtividade agrícola

 


Uma técnica comumente utilizada pelos agricultores na lavoura, aliada ao Sistema de Plantio Direto (SPD), é a chamada Rotação de Culturas.

O que é a rotação de culturas?

A rotação de culturas corresponde à plantação de diferentes espécies em uma mesma área e em um mesmo período do ano. A utilização desta técnica visa reduzir os impactos ambientais e a exaustão do solo, que são causados, principalmente, pela monocultura, além de diversificar a renda da propriedade rural e evitar pragas, doenças e plantas daninhas. Por exemplo, pensemos na cultura soja.

A rotação para essa espécie deve ter um planejamento bem elaborado e pode ser feita com o milho, estudando sempre os benefícios que a cultura oferecerá ao sistema produtivo e à sustentabilidade do solo. A partir disso, a longo prazo, os resultados sustentáveis serão observados de forma satisfatória.

Atenção! Muitos agricultores confundem o conceito de rotação de culturas com a chamada sucessão de culturas, termos muito parecidos. Entretanto, a sucessão se refere a uma sequência de culturas dentro de um mesmo ano agrícola, sem que haja descanso ou adubação adequada do solo para recuperação dos nutrientes e prevenção de degradação com o passar do tempo. Na rotação, ocorre um sistema de plantio completamente planejado.

Implantação da rotação de culturas

Primeiramente, antes da implantação da rotação de culturas na sua propriedade é necessário um bom planejamento, para que alcance o máxima de eficiência na melhoria da capacidade produtiva do solo.

Para isso se deve levar em conta diversos fatores:

  • Escolha de plantas que contribuam para fixar nitrogênio, com raízes profundas e de grande volume;
  • Uso de plantas comerciais, garantindo geração de renda para o produtor;
  • Escolha de variedades com base no objetivo do sistema, por exemplo, para cobrir o solo e contribuir para a adubação verde;
  • Utilização de culturas que possuem sistemas radiculares diferentes, como as gramíneas e leguminosas;
  • Sempre que possível, associar espécies que produzam grande quantidade de biomassa e também de rápido desenvolvimento, cultivadas isoladamente ou em consórcio com culturas comerciais. Seja feita a escolha pelas espécies adaptadas às condições edafoclimáticas da região.

Por fim, o planejamento deve considerar que não basta estabelecer e conduzir a melhor sequência de culturas. É necessário também que o agricultor utilize todo seu conhecimento de manejo, como, preparo do solo (calagem e adubação), época de plantio, cultivares adaptadas para sua região, controle de plantas daninhas e de pragas e doenças.


Quais são os seus benefícios?

A rotação permite tornar o sistema mais produtivo, melhorando o desenvolvimento do solo e tornando-o autossustentável com o decorrer do tempo. Além disso, essa estratégia apresenta outros bons benefícios à plantação. São eles:

  • Torna possível a produção diversificada de culturas;
  • Permite que o solo tenha melhoria em suas características físicas, químicas e biológicas;
  • Quebra o ciclo de patógenos;
  • Diminui a ocorrência de doenças, pragas e plantas daninhas;
  • Possibilita a reposição da matéria orgânica no solo;
  • Protege o solo dos agentes climáticos, o que torna a produção estável;
  • Contribui para o aumento da produtividade;
  • Torna o Sistema de Plantio Direto (SPD) viável;
  • Torna a absorção de nutrientes mais eficiente, o que melhora o desempenho das cultivares.


Desvantagens da rotação de culturas

Uma desvantagem crítica da rotação de cultura está ligada ao fato de não cultivar a mesma cultura todos os anos.

O ponto forte da rotação pode ser seu ponto fraco também, sendo que a prática é pouco adotada, muitas vezes, devido ao fato de ter que abrir mão de semear a cultura que dá maior retorno econômico.

Geralmente, as microrregiões das culturas são tão especializadas que dificilmente se encontra maquinário ou, até mesmo, mercado na região para outras diferentes culturas. Contudo, a rotação de culturas pode ser feita de uma forma mais simples, semeando plantas de cobertura ou variando apenas a área semeada com soja e milho na primeira safra.

O retorno econômico muitas vezes não é imediato e sim ao longo dos anos com a melhora da qualidade e conservação do solo, médias mais altas de produtividade da lavoura principal e diminuição dos gastos com defensivos.

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