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RANICULTURA: Entenda os principais principios e técnicas que envolvem a criação de rãs para comercialização


A ranicultura, ou criação de rãs, tem ganhado cada vez mais a atenção de produtores e aquicultores no Brasil e os motivos são diversos. Afinal, apesar de o consumo desse tipo de carne ainda não ser tão popular em comparação a de outros animais no país, especialistas afirmam que o clima, o ambiente e o custo de investimento são fatores diferenciais para esse tipo de cultura, somando claro, ao rico valor nutritivo que o animal pode oferecer à mesa do brasileiro.

Afinal, o que é necessário para se começar um projeto de ranicultura? Quais as vantagens desse negócio? É só a carne que se aproveita do animal?

O que saber antes de iniciar sua criação de rãs?

Perfeitamente adaptáveis a climas quentes e úmidos, as diversas variedades de espécies de rãs têm, no Brasil, o ambiente perfeito e ideal para se proliferar sem grandes dificuldades. Em alguns casos, é preciso até controlar para que não exceda tanto a criação. Essa facilidade de multiplicação se soma também ao fato de que a ranicultura não depende tanto de equipamentos, procedimentos e investimentos complexos, bastando apenas ter espaço adequado e água de boa qualidade.

Qual local ideal para a ranicultura?

Como bem resumimos acima, a ranicultura depende basicamente de água limpa. Logo, tudo o que precisa para dar início a uma criação de rãs profissional é ter um terreno e, basicamente, montar os criadouros, que podem ser em tanques simples de psicultura.

No Brasil, os principais produtores do animal se encontram na região Centro-Oeste do país, com destaque para o estado de Goiás. No entanto, o clima quente e úmido das demais regiões do país é propício para a criação de rãs, seja para consumo próprio, seja para fins comerciais. O local de reprodução e criação precisa ser arejado. Em locais mais frios, recomenda-se fechar as laterais e partes superiores dos criadouros para manter o calor e umidade.

Quais são as fases de vida de uma rã?

Em média, as rãs vivem na água ao longo de três meses na primeira fase de vida, ainda como girinos. Ao longo desse período, é notória a transformação quase que diária do anfíbio, até finalmente ganhar a forma de uma rã adulta, que passa a se adaptar em terra também. No entanto, para fins comerciais e de alimentação, bastam pouco mais que quatro meses para o abate, tempo suficiente para que o animal atinja entre 200 e 250 gramas.

Vale destacar que esse tempo é médio e que o ambiente e as condições do criadouro podem determinar melhor a velocidade de crescimento de cada espécie. Quanto mais abafado e úmido o ambiente, e com a água em devida qualidade para a sobrevivência, a tendência é do metabolismo do animal se adaptar melhor e se produzir com mais eficiência.


Quais as melhores espécies para a ranicultura?

No mundo, em especial na China, há uma variedade ampla de espécies de rãs, o que amplifica as opções de ranicultura lá fora. No entanto, no Brasil, o tipo mais utilizado para fins comerciais é a raça Rana Catesbeiana, popularmente chamada de rã-touro.

Esta espécie tem origem nos Estados Unidos, mas foi introduzida no Brasil na década de 30, se adaptando perfeitamente às condições climáticas do país. É precoce, rústica e com uma velocidade incrível de reprodução de novos girinos. Para ser mais exato, cada rã-touro fêmea é capaz de produzir, em média, cinco mil ovos.



Qual a estrutura necessária para a ranicultura?

Já explicamos que a ranicultura não depende de grandes investimentos e equipamentos completos. Na prática, tanques de psicultura já oferecem basicamente toda a estrutura necessária para a criação das rãs.

 Na fase aquática, como girinos ainda, os tanques precisam ter um leve declive no fundo, o que permitirá o desenvolvimento mais adequado do anfíbio. A partir da fase terrestre, é necessário haver baias de crescimento para os imagos (setor de recria) e outras estruturas básicas, como: galpões fechados (que podem ser em lonas) e estufas agrícolas (que podem ser telas também).

Um ranário de médio porte ocupa, no máximo, 500 metros quadrados de um terreno e deve ser dividida em setores de reprodução, desenvolvimento, girinagem, metamorfose e engorda. Nessa última etapa, a de engorda, o setor precisa de áreas secas também uma pequena área com piscina. Os demais setores utilizam unicamente tanques de psicultura.

Só se aproveita a carne na ranicultura?

Hoje no Brasil, a base da ranicultura é para a venda da carne de rã, considerada leve, saborosa e de alto valor nutritivo. No entanto, a pele do animal tem um potencial mercado consumidor, em especial na Europa, onde a utilizam para a confecção de bolsas, sapatos e até mesmo para utilização medicinal.

Logo, há uma gama ampla de oportunidades a serem trabalhadas na ranicultura e, tendo em vista o baixo investimento de implementação dos criadouros e o alto desempenho de reprodução do animal, o ramo tende a ser uma excelente alternativa de negócio e com retornos satisfatórios em pouco tempo de trabalho.

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