A prática da agricultura urbana traz uma série de vantagens: reduz desperdícios, evita poluição, diminui o consumo de industrializados, aproxima as pessoas da medicina caseira, revitaliza espaços ociosos, contribui para microclima, biodiversidade, saúde, bem-estar e muito mais! Os benefícios detalhados que esta atividade traz você pode conferir em nossa matéria “Agricultura urbana orgânica: entenda por que é uma boa ideia“. Montar uma horta urbana é uma ótima forma de aderir à prática. O primeiro passo é escolher um espaço. Arrume algumas ferramentas e mãos à obra!
Como fazer uma horta urbana
Arranje um espaço
Se você possui um espaço de terra com solo já é um ótimo
começo para sua horta urbana. A boa notícia é que esse espaço não precisa estar
necessariamente na sua casa ou ser seu. Pode ser um espaço público próximo à
sua residência que possa ser compartilhado. Se não houver espaço com solo
disponível, não se preocupe, também é possível fazer sua horta urbana em vasos
ou suportes em pequenos espaços.
Você pode dar início à sua horta urbana em uma praça
abandonada perto de casa, ou ainda conversar com o síndico e condôminos do seu
conjunto residencial para iniciarem juntos uma horta no lugar subutilizado da
grama. Saiba mais sobre como montar uma horta urbana comunitária em condomínios.
Escolha um local com
sol e água
É essencial que o local que abrigará a futura horta urbana
possua incidência de raios solares em pelo menos uma parte do dia e uma fonte
de água próxima. (Pode ser a torneira do tanque, desde que o deslocamento com
um bande ou regador seja possível.)
Pense na fertilidade
do solo
Se você encontrou um espaço de terra com solo disponível
para sua horta urbana, o primeiro passo é verificar a fertilidade. Se no local
já estão presentes alguns tipos de vegetação, é muito provável que ele tenha
potencial fértil.
Mas, de qualquer forma, é indicado enriquecê-lo. Evite os
adubos solúveis, conhecidos como NPK (nitrogênio, fósforo e potássio). Eles
parecem ser atraentes, pois são de fácil aplicação e as plantas apresentam
rápida resposta. Mas eles provocam perda de fertilidade do solo por causa da
acidificação, mobilização de elementos tóxicos, imobilização de nutrientes,
redução da matéria orgânica, destruição da bioestrutura e aumento da erosão.
Além disso, os alimentos obtidos através do uso desse tipo
de adubo têm pior qualidade nutricional, duram menos e contêm excesso de
nitratos e oxalatos, substâncias que após serem metabolizadas tornam-se
substâncias cancerígenas. Se o espaço que você pretende fazer a futura horta
urbana for compartilhado, fica mais fácil convencer a vizinhança a fazer
compostagem a partir de restos alimentares. Assim, todos geram matéria orgânica
rica para a futura horta juntos.
Onde plantar?
Canteiros, vasos ou suporte
É importante usar canteiros para agrupar o solo. Isso irá
facilitar o crescimento e a manutenção dos vegetais da sua horta urbana. A
largura dos canteiros deve ser o dobro do tamanho do seu braço estendido, de
modo que com o braço estendido você alcance o centro do canteiro de ambos os
lados, facilitando o manejo da terra, das sementes, das podas e das colheitas.
Os canteiros ou vasos devem ser agrupados deixando-se
espaços para caminhar entre eles, pois não se pode andar sobre o solo dos
cultivos – isso iria compactar a terra. Para os canteiros de solo se manterem
em pé e não serem levados embora pela chuva, é preciso o apoio de tijolos,
telhas, madeiras ou outro tipo de material descartado facilmente.
Diversidade de
variedades
Estamos acostumados a achar bonito tudo aquilo que é
simétrico e padronizado. Mas para sua horta urbana dar certo não é bem assim. O
ideal é que diferentes tipos de vegetais sejam plantados em conjunto, de acordo
com sua função, formando uma miscelânea de cultivos e não monoculturas. É
interessante intercalar espécies que são repelentes de insetos como o alecrim,
a citronela e a hortelã com espécies mais frágeis que são alvo fácil das
presas, assim as primeiras servirão como uma proteção. Outra estratégia é
plantar cultivos que atrairão mais insetos que os cultivos de interesse.
Assim os insetos atraídos por eles deixam de atacar os
cultivos que te interessam de verdade. Uma dessas espécies é a mamona, que
ajuda a fixar nitrogênio no solo e a inibir o crescimento de ervas daninhas,
mas deve ser plantada longe da alface e do feijão, pois inibe o crescimento
deles também.
Alterne os cultivos
Para não desgastar o solo, os cultivos devem ser alternados.
Onde foi plantado fruto (tomate, uva, melancia, etc.) uma vez, deve ser
plantado outro tipo de vegetal de raiz (mandioca e beterraba, por exemplo) em
sequência ou hortaliça (couve, alface, rúcula etc). Cada cultivo tem a melhor
época para ser plantado, então é importante levar esse quesito em conta também.
Escolha boas
ferramentas
Lembre-se de ter um conjunto de pás para revolver e mexer na
terra da sua horta urbana e na composteira e, para auxiliar o trabalho das
plantas protetoras, um conjunto de pesticida natural – um exemplo é o neem.
Tenha iniciativa e
use sementes orgânicas
Não é preciso ser
expert em hortas para começar a sua. Aliás, é na prática e errando que se
aprende, o importante é começar. Então adquira sementes orgânicas (livres de
transgenia e agrotóxicos) e comece sua horta urbana.
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