Rotação de culturas é uma técnica agrícola que alterna, de maneira ordenada e planejada, diferentes culturas em uma mesma área em um dado período. Essa técnica de plantio tem como objetivo a conservação do solo e a consequente redução de sua exaustão.
Nessa prática, por exemplo, uma espécie vegetal não é
repetida na mesma área ao longo de um período estabelecido. É viável que se
alternem espécies de sistemas radiculares (raízes) diferentes a fim de amenizar
os efeitos de compactação do solo. As espécies escolhidas devem apresentar,
além de vantagem comercial, um propósito de recuperação do solo.
Por que é importante fazer rotação de culturas?
A rotação de culturas é uma técnica de plantio aliada ao
Sistema de Plantio Direto (SPD). Segundo a Empresa Brasileira de Pesquisa
Agropecuária (Embrapa), no SPD, não são realizadas as etapas de preparo
habitual de plantio, como aração (inversão das camadas do solo) e gradagem
(rompimento dos torrões deixados pelo processo de aração como forma de aplanar
o solo).
Por alternar os cultivos de maneira planejada e ordenada, a
rotação de culturas reduz de forma eficiente os impactos ambientais causados
pela monocultura (produção agrícola de apenas uma espécie), como a degradação
física, química e biológica do solo e o desenvolvimento de pragas. Portanto,
essa técnica de plantio, além de favorecer a conservação do solo, aumenta a
produtividade e reduz a ocorrência de pragas.
Principais objetivos
- Conservação do solo;
- Melhoria e manutenção da fertilidade do solo;
- Melhor aproveitamento do maquinário e da mão de obra;
- Diminuição da incidência de pragas, doenças e plantas daninhas;
- Aumento do teor de matéria orgânica no solo;
- Estruturação e descompactação do solo;
- Estabilização da produtividade das espécias cultivadas.
Benefícios
- Produção diversificada de culturas;
- Melhoria das características físicas, químicas e biológicas do solo;
- Auxílio no controle e na redução de ocorrência de plantas daninhas, doenças e pragas;
- Reposição da matéria orgânica;
- Proteção do solo contra a ação de agentes climáticos, aumentando a estabilidade da produção;
- Viabilização do SPD;
- Aumento da produtividade.
Desvantagens
- Difícil elaboração de planejamento estratégico que atenda aos objetivos.
- Necessidade de maiores investimentos, especialmente em maquinário. Mecanização dependente de um trabalho bem dirigido.
- Dificuldade de créditos e de investimentos em culturas de menor expressão.
O que é sucessão de culturas?
A sucessão de culturas é uma técnica agrícola na qual duas
ou mais espécias são cultivadas em sequência em uma mesma área durante um
determinado período (um ano, normalmente). Essa prática não leva em
consideração a família botânica das espécies. Difere-se da rotação de culturas,
pois esta alterna as espécies cultivadas ao passo que aquela cultiva em
sequência. A sucessão de culturas pode provocar degradação física, química e
biológica do solo, acarretando queda da produtividade e favorecendo o
desenvolvimento de plantas daninhas, pragas e doenças.
Seleção das espécies para o cultivo na rotação de culturas
As espécies cultiváveis que compõem o sistema de rotação de
culturas são selecionadas segundo alguns critérios fundamentais:
- Apresentar propósito comercial e de recuperação do solo.
- Produzir fitomassa (massa dos seres vegetais que vivem na superfície do solo) suficiente para controlar os processos erosivos, diminuir as oscilações de temperatura e reduzir a perda de água pelo processo de evapotranspiração.
- Proporcionar condições favoráveis ao solo a fim de diminuir sua suscetibilidade à ação de pragas, doenças e plantas daninhas.
- Apresentar exigências nutricionais e aproveitamento nutritivo diferentes.
- Ter suscetibilidades diferentes a pragas e doenças.
Por apresentarem grande capacidade de proteção do solo, as
espécies mais indicadas são milho, soja, feijão, aveia e gramíneas.
Rotação de culturas e sustentabilidade
Rotação de culturas e sustentabilidade andam de mãos dadas em virtude dos inúmeros benefícios proporcionados por essa prática agrícola. Por alternar o cultivo de diferentes espécies em uma área, a rotação torna a terra mais produtiva e reaproveitável. Dessa forma, não há necessidade de utilizar novas áreas, o que leva à redução do desmatamento.
A prática também favorece à conservação do solo, já que o protege de processos de lixiviação e mantém sua umidade. Promove também a melhoria das características físicas, químicas e biológicas do solo, diminuindo sua exaustão e conservando seus nutrientes.
Em áreas onde há predomínio de monoculturas, é fundamental que seja
praticada a rotação de culturas. Segundo o engenheiro agrônomo José Laércio
Favarin, professor da USP, a rotação de culturas não deve ser praticada apenas
como remediação, mas sim de maneira preventiva, buscando produzir com
sustentabilidade.
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