Apesar da promoção da segurança alimentar ser um dos fatores que mais impulsionam a adoção da agricultura urbana, o plantio não necessariamente precisa ser voltado à produção de alimentos, como é o caso das hortaliças, frutas e animais, mas pode também incluir plantas medicinais, ornamentais, entre outros, desde que a área e as condições ambientais sejam compatíveis com as exigências de cada atividade.
Apesar das diferenças entre a agricultura urbana e a agricultura rural, ambas são complementares entre si e estão associadas aos sistemas alimentares locais. Mas o conceito de agricultura urbana ainda é muito amplo e pode ser interpretado de diferentes maneiras a depender do contexto em que é utilizado, além de estar em constante revisão a partir do surgimento e desenvolvimento de pesquisas, iniciativas, parâmetros de análise, e da própria experiência das cidades com a atividade.
A redução de distâncias, a possibilidade de aproveitamento do lixo doméstico, o uso de espaços ociosos nas cidades, a promoção da segurança alimentar e a geração de atividade ocupacional, com a consequente geração de renda, são algumas das principais vantagens da agricultura urbana. A prática também tem sido vista como uma oportunidade para superar adversidades em momentos de crise econômica, climática ou sanitária, como foi possível observar em 2020 com a pandemia de Covid-19 em cidades como Victória, no Canadá, e Quito, no Equador.
Além do seu importante papel na adaptação às mudanças climáticas e redução do risco de desastres, é necessário compreender a agricultura urbana como uma prática interrelacionada a outros sistemas urbanos, sobre os quais exerce impacto, como a saúde, uso do solo e gestão de resíduos. Nesse sentido, a agricultura urbana surge como uma possibilidade de enfrentar não apenas os desafios do crescimento das cidades diretamente relacionados à questão da segurança alimentar, mas também aqueles implicados de forma indireta nos sistemas urbanos interrelacionados à própria prática.
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