ORDENHA DE VACA LEITEIRA: Saiba quais os tipos de ordenha, e todas as caracteristicas que envolvem esse processo.
O
Brasil ocupa o 4º lugar no ranking entre os maiores produtores de
leite do mundo. Isso se deve graças às mudanças no sistema de produção, que
precisou se modernizar para atender às demandas de consumo e, ao mesmo tempo,
reduzir os custos.
Junto
a isso, as exigências do mercado em relação à qualidade e às novas diretrizes
legais fazem com que os produtores busquem por inovações nos tipos
de ordenha, a fim de eliminar a mastite e as contaminações. Visto que a
ordenha é o ponto central da produção leiteira, todo cuidado é pouco e a
atenção deve ser redobrada para que a lucratividade do negócio não seja
afetada.
Por que é
importante dar atenção à ordenha?
O
grande avanço na produção leiteria se deve ao progresso de uma série de
fatores. Um deles é o melhoramento genético, que resultou em raças com
incríveis índices de produtividade. As vacas holandesas são muito conhecidas
por produzirem de 6 mil a 10 mil kg de leite em 305 dias de lactação. Mas, de
modo geral, há 30 anos a média era de 4 mil kg por lactação, enquanto hoje a
média fica entre 7 mil e 12 mil kg.
Contudo,
é sabido que 25% da produção de leite são atribuídos a fatores genéticos e os
outros 75% a fatores externos. Isso significa que as boas práticas de manejo
animal, — como a garantia do bem-estar, da saúde e de uma nutrição de qualidade —,
são o elemento determinante para a qualidade e a quantidade de leite.
No
que se refere ao status sanitário da fazenda, um dos maiores problemas
enfrentados pelos produtores de leite é a mastite bovina. Essa inflamação tem
duas fontes de origem:
- mastite
contagiosa: os
patógenos são transmitidos entre as mamas durante as ordenhas, devido, por
exemplo, à falta de higiene (tanto por falhas na limpeza de equipamentos
quanto pela mão do ordenhador);
- mastite ambiental: os
microrganismos presentes no meio ambiente são transmitidos durante o
intervalo entre as ordenhas (quando, por exemplo, as vacas ficam em
ambientes de higiene precária ou com acúmulo de matéria orgânica).Essa
infecção provoca uma drástica redução na produção de leite e gera diversas
consequências para as vacas que não são tratadas adequadamente (casos mais
graves podem levá-las à morte). E nem é preciso comentar os grandes
prejuízos que o produtor terá, não é mesmo?
Por
isso, os ordenhadores precisam conhecer o seu trabalho e realizá-lo da forma
correta, com cuidado e paciência, sem causar estresse nas vacas. Nesse contexto,
uma das mais importantes decisões a serem tomadas na atividade leiteira é
quanto ao sistema de ordenha utilizado. Acompanhe o próximo tópico e entenda
melhor!
Quais
são os tipos de ordenha?
Existem dois tipos básicos de ordenha: manual e mecânica.
Nesse último há diferentes métodos aplicados e falaremos deles logo em seguida.
Antes, é preciso deixar claro que não há diferença na constituição do leite
tirado manual ou mecanicamente, pois os riscos de contaminação por
microrganismos têm relação com o grau de higienização de tudo o que é usado
durante o procedimento.
Então, a escolha deve ser baseada nas particularidades
da propriedade, como infraestrutura, número de animais, número de funcionários,
produtividade das vacas (kg/dia de leite), custos operacionais e investimentos
totais para realizar.
Tendo esses dados em mãos, é possível estabelecer a meta de
produção da fazenda e decidir qual dos seguintes métodos é o melhor para a sua
fazenda.
Ordenha manual
Nesse tipo de ordenha, o leite é retirado pelas mãos do
ordenhador e depositado em um balde. Os instrumentos necessários para esse
procedimento são muito simples: balde, filtro ou coador, tanque de
refrigeração, banquinho para o ordenhador e peia (para conter a vaca).
Esse é o sistema que exige menor investimento em
equipamentos, mas depende mais de mão de obra. Como apresenta baixa eficiência,
o método é mais utilizado por pequenos produtores, quando o número de vacas é
pequeno e não vale o aporte em ordenha mecanizada. Não raramente, o leite
apresenta alto grau de contaminação por causa do manuseio. Contudo, se o
ordenhador for rigoroso em suas práticas de higiene, a
qualidade é assegurada.
Ordenha mecânica
Já na ordenha mecanizada, o leite é retirado por meio de um
aparelho que simula a mamada do bezerro. Ela possibilita, é claro, a retirada
do leite de forma mais rápida e, quando bem feita, apresenta menor risco de
contaminação.
Normalmente, o processo é feito em um local específico — a
sala de ordenha — que varia quanto à sua dimensão e ao tipo de ordenha
realizada.
Balde
ao pé
Nesse método as vacas são ordenhadas individualmente, por
meio de um sistema de vácuo. É o tipo mais simples e o custo de implantação é o
mais barato. Por ter baixa eficiência, é comumente utilizado em rebanhos
pequenos. Nesse caso, a ordenha pode ser feita tanto no estábulo quanto nas
salas de ordenha (galpões com fosso).
Ordenha
tipo espinha de peixe
Nesse tipo de processo, o ordenhador faz a limpeza e a
inserção do equipamento no fosso, e as vacas ficam posicionadas diagonalmente
(em um ângulo de 33°) em relação ao fosso. Isso favorece a visualização do
úbere e dos tetos, fazendo com que os animais ocupem menos espaço na lateral do
fosso.
Ordenha tipo Tandem (fila
indiana)
Na ordenha tipo Tandem, os animais são dispostos um à
frente do outro, paralelamente ao fosso. As vacas são manejadas
individualmente, sem interferência no tráfego das demais.
Esse é o único tipo que permite a ordenha mecânica com o
bezerro ao pé. Contudo, as vacas ocupam um espaço maior ao lado do fosso,
tornando mais difícil empregá-lo para grandes rebanhos. Isso por que é
necessária uma sala muito comprida, dificultando o trabalho do ordenhador.
Ordenha
tipo lado a lado
Nesse sistema, as vacas permanecem posicionadas
perpendicularmente ao fosso, uma ao lado da outra. Com esse ângulo, o produtor
reduz o espaço ocupado por vaca durante o procedimento, porém, como os animais
ficam de costas para o fosso, a visualização completa do úbere e dos tetos é
mais complicada.
Existem outros tipos de ordenha mecânica, tais como ordenha
em carrossel e ordenha robotizada. São sistemas mais sofisticados e, como
exigem maior investimento do produtor, não são muito comuns no Brasil.
O leite é o alimento mais consumido no mundo (levando em
consideração também os seus derivados) e a sua qualidade depende de uma série
de fatores, como genética, nutrição e manejo
animal. O produtor precisa conhecer os tipos de ordenha para
escolher a que melhor se adéqua ao seu negócio e prosseguir com as boas
práticas de higiene e bem-estar animal.
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