A meliponicultura é uma técnica de criação de abelhas sem ferrão da tribo Meliponini, visando a produção caseira do seu próprio mel. Você já deve ter visto na mídia a produção caseira de mel, feita em grandes cidades pelas abelhas sem ferrão.
Ainda que pareça inovador, as abelhas
da tribo Meliponini são utilizadas há milhares de anos por povos nativos para a
produção de mel, sem que isso represente risco de ferroadas para quem está
próximo. No Brasil temos, aproximadamente, 300 tipos de abelhas sem ferrão
da tribo Meliponini, que podem ser utilizadas para a produção caseira de mel.
O que é a
meliponicultura?
A meliponicultura consiste no cultivo
de abelhas da tribo Meliponini, tendo como mais comum os gêneros Paratrigona, Trigona, Nannotrigona, Cephalotrigona e Aparatrigona para a produção de mel em casa.
Essa técnica se tornou popular por não
envolver grandes dificuldades no cultivo e ser mais simples de se fazer do que
a apicultura, que envolve, necessariamente, abelhas possuidoras de ferrão.
Qual a diferença de Apicultura e Meliponicultura?
A apicultura trata, necessariamente, do manejo da abelha Apis Mellifera, popularmente conhecida como abelha africanizada, enquanto a meliponicultura trata do manejo das abelhas da tribo Meliponini.
As abelhas africanizadas surgiram de uma cruza entre as abelhas europeias que vieram ao Brasil ainda durante a colonização com as abelhas introduzidas no Brasil nos idos de 1950. Já as abelhas Meliponini são nativas da nossa região.
Como são chamadas as
abelhas sem ferrão?
As abelhas sem ferrão, ou os meliponíneos, são chamadas de sociais, por serem, justamente, mais dóceis e mais abertas à interação humana. Além disso, essas abelhas possuem um tipo de ferrão atrofiado, o que impede que façam ferroadas.
Vale lembrar que para além da produção do mel, as abelhas da tribo dos meliponíneos são também responsáveis pela polinização de diversos tipos de alimentos, sendo indispensável para nosso ecossistema e até mesmo pela segurança alimentar das famílias brasileiras.
Meliponicultura:
Vantagens de criar abelhas sem ferrão
- Preservação
da biodiversidade;
- Os
enxames se multiplicam rapidamente;
- Baixo
investimento para criar as abelhas;
- Não
existe restrição para a criação de abelhas;
- Podem
ser criadas em casas de qualquer porte;
- Mel
com menos açúcar que o da apicultura;
- Pode
ser usado como fonte de renda;
- Manejo
simples e facilitado;
- Adaptação
simples ao clima;
- Produz
além do mel insumos como cera, geoprópolis e pólen.
Meliponicultura: 3 Técnicas de manejo de abelhas sem ferrão
Caixa rústica
A caixa rústica é o método mais tradicional de cultivo, em que caixas retangulares ficam suspensas para a produção de mel e outros insumos das abelhas sem ferrão.
A caixa tem uma pequena separação em madeira em seu interior, que permite a passagem das abelhas para a produção do mel, em ambas laterais do separador.
Na caixa cabocla o mel é extraído anualmente, no momento em que o produtor tira a tampa da caixa, perfura o favo com algum objeto pontiagudo e a tomba, extraindo o mel.
No entanto, esse tipo de caixa carrega junto com o mel alguns extratos não desejados, como abelhas mortas, fezes de abelhas e, ainda, acaba por destruir a colmeia em si.
Caixa cabocla com bomba
Nesse tipo de técnica muito utilizada
hoje em dia, ao invés de fazer o tombamento da caixa, o manejo exige uma
pequena bomba – podendo ser utilizada qualquer tipo de instrumento que possa
sugar o mel pelo favo.
O produtor insere a cânula da bomba na colmeia, sugando o mel do favo sem precisar tombar a caixa. Essa técnica torna mais simples e mais higiênico o processo de extração do mel, embora não difira em nada das caixas tradicionalmente criadas e utilizadas ainda hoje.
Modelo INPA
É um modelo de caixa baseado na caixa cabocla, em que ao invés de dois compartimentos são utilizados pelo menos quatro, que possibilita o acesso a qualquer parte da colônia sem que se tenha que manipular o produto em si.
A caixa é dividida em gavetas, que permitem a extração do mel sem que seja necessário utilizar a técnica do tombamento da caixa para que se tenha acesso ao mel.
Além disso, o modelo INPA permite a total separação das colméia do favo de mel, sem que seja necessário sequer ter contato com a construção das abelhas, apenas com a gaveta em que o mel está realmente localizado.
Meliponicultura:
Como iniciar sua atividade de criação
Antes mesmo de começar a sua cultura é essencial fazer um levantamento de quais são as espécies de abelha sem ferrão que são endêmicas da sua região. Isso pode ser feito através do contato com outros produtores que estão perto de você.
Também é fundamental que você busque saber quais são os principais insumos que as abelhas consomem, a fim de saber se é possível viabilizar a alimentação delas, o pólen.
A partir disso, é igualmente importante que você também defina de que forma irá utilizar o mel produzido, se será para fins comerciais ou para uso particular. Isso é essencial para que você possa definir a quantidade de caixas para comprar ou fazer.
Como ganhar dinheiro com meliponicultura?
Você pode ganhar dinheiro com a meliponicultura por meio da venda do mel e de outros insumos, como o própolis e o pólen. Em relação ao mel convencional, o mel de melípona pode custar, em média, 150 reais o quilo, sendo absolutamente vantajoso financeiramente adquirir as caixas e cultivar as abelhas sem ferrão, que ainda têm um importante papel na polinização de alimentos.
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