IRRIGAÇÃO DE PASTAGENS: Saiba a importância dela para manter o pasto verde e a alimentação do seu gado o ano todo.
Pastagem
verde o ano todo. Sabe o que isso traz para a sua propriedade? Uma alimentação
melhor para os animais e, consequentemente, aumento no rendimento do rebanho.
Isso significa maior capacidade de suporte do pasto (lotação) e maior retorno
em produção de leite ou arroba/hectare. E você sabe como é possível
chegar a esse cenário? Uma das soluções é a irrigação de pastagem.
Considerados
uma tendência de mercado, os sistemas de irrigação surgiram como uma importante
ferramenta para os pecuaristas e profissionais do campo em relação à demanda de
água pelas culturas forrageiras, principalmente nas épocas de estiagem e também
dos chamados ‘veranicos’. Mas a utilidade dessa tecnologia vai muito
além desses períodos no decorrer do ano.
“A
irrigação permite a manutenção dos animais a pasto, durante todo o ano, em
regiões onde a temperatura não limita o crescimento das forrageiras tropicais.
Já em regiões onde a temperatura limita o crescimento das forrageiras
tropicais, durante o inverno, a irrigação também viabiliza a utilização da
sobressemeadura de forrageiras de clima temperado, reduzindo a utilização de
volumosos suplementares e, por consequência, redução dos custos com
alimentação”, explica Fábio Cagnin Filho, engenheiro agrônomo especialista em
Gestão da Pecuária de Leite.
Grande aliada do pasto
Um dos
importantes benefícios trazidos com a aplicação de sistemas de irrigação de
pastagem é o aumento na capacidade
de suporte do pasto, possibilitando alcançar um trabalho com lotações
acima de 10 unidades animais (UA) por hectare. “Esse aumento da lotação gera ao
pecuarista um retorno ainda maior para o negócio, seja em produção de arroba ou
em litros de leite por hectare”, relata Cagnin Filho.
Essa é a
mesma vantagem citada pelo, também, engenheiro agrônomo, o pecuarista Elenilson
Bortolini. “Um dos principais motivos para o pecuarista investir na irrigação é
a intensificação do sistema, pois com ela é possível aumentar as taxas de
lotação, produzindo uma maior quantidade de volumoso por hectare e, por
consequência, aumentando a margem de lucro por hectare”, defende.
Ainda
como pontos positivos da irrigação de pastagem, os profissionais destacam a
possibilidade de adubação das pastagens de forma regular, aumentando
a sua eficiência, principalmente a nitrogenada.
Tecnologias aplicadas
Com
tantos benefícios importantes para o negócio, a dúvida agora é: qual
sistema escolher? Na opinião do engenheiro agrônomo Fábio Cagnin
Filho, é necessário levar em conta diversos fatores. O primeiro deles é o
tamanho da área e a topografia do terreno.
Entre os
diversos métodos de irrigação indicados para pastagens, está o chamado pivô central, recomendado para áreas maiores, como
as acima de 20 hectares, e regulares, que permitem a instalação e movimentação
do equipamento sem obstáculos. Já para áreas menores ou com topografia
irregular e desfavoráveis à implantação do pivô, a tecnologia mais adequada é
a aspersão fixa automatizada ou
semiautomatizada.
“Há ainda
algumas áreas de pastagem que utilizam a irrigação por gotejamento subsuperficial, método utilizado
atualmente para a produção de cana-de-açúcar. Mas, como não existem muitos
dados de pesquisa disponíveis para a aplicação na produção de pasto, ainda não
é possível recomendar esse tipo de sistema”, explica Fábio.
Outro
aspecto essencial na hora de optar pelo modelo de irrigação é o tipo de solo,
além da disponibilidade de água e de energia elétrica e o nível tecnológico do
sistema de produção a pasto. “Por ser um sistema com custo de implantação que
pode variar de R$ 6 mil a R$ 20 mil por hectare, dependendo do método ou mesmo
das condições locais, a irrigação exige que o produtor faça um bom manejo da
pastagem de forma a realizar uma boa colheita da forragem produzida”, detalha.
Fábio
também ressalta sistemas irrigados nos quais o manejo da forrageira é feito de
maneira ineficiente, o que contribui para o desperdício de recursos utilizados,
como água, energia e nutrientes. “Outra situação é quando a água não é o único
fator limitante para a produção de forragem, por exemplo, em solos com baixa
fertilidade. Então, por não obter o resultado esperado após o investimento na
irrigação, o produtor associa à tecnologia a ineficiência na atividade”, acrescenta.
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