CONTROLE BIOLÓGICO DE PRAGAS: Saiba o que é essa forma de controle e a importância dela para o produtor no campo.
A agricultura vem se
desenvolvendo a largos passos, desenvolvendo várias tecnologias que buscam
levar mais liquidez e rentabilidade ao produtor rural.
O controle de pragas é uma das
etapas que cresce com bastante eficiência dentro do meio agrícola. Seu
principal marco foi na década de 60, onde foram introduzidos os defensivos
agrícolas para auxiliar nesse controle, visando principalmente aumentar a produtividade
por conta da crescente demanda mundial por alimentos.
Novas alternativas vêm sendo
exploradas, visando diminuir a necessidade de utilização de agroquímicos,
buscando evitar a contaminação do solo, água e do próprio ser humano. O
controle biológico de pragas é um dos conceitos utilizados no MIP (Manejo
Integrado de Pragas) e é uma dessas alternativas.
Mas o
que é o controle biológico?
Todas as espécies de pragas,
plantas e patógenos possuem em alguma parte do seu desenvolvimento um predador,
ou seja, um inimigo natural. Eles existem espontaneamente na natureza e
realizam o controle populacional.
Os chineses utilizavam o controle
biológico no século III a.C., com formigas predadoras de pragas no citros,
porém, apenas no ano de 1888 surgiu o primeiro caso de sucesso desse método de
controle de pragas, na Califórnia, onde houve a liberação de uma joaninha da
Austrália que controlou a praga pulgão-branco-dos-citros, dando início à um
grande avanço nas pesquisas sobre controle biológico.
E está enganado quem acredita que
esse método de controle funciona apenas em pequenas propriedades. Segundo a
EMBRAPA, o controle biológico de pragas no Brasil tem um grande potencial de
crescimento, sendo que de 2017 para 2018 a indústria brasileira obteve 70% de
expansão, somando um volume de vendas de R$ 464,5 milhões.
E como esse controle funciona?
O controle biológico pode ser
realizado através de parasitoides, predadores e entomopatógenos:
Parasitoides
São insetos que parasitam as pragas, impedindo que elas cheguem na fase reprodutiva, se alimentando do hospedeiro, fazendo-o morrer. Um exemplo de parasitoide é a Trichogramma pretiosum que parasita ovos de mariposas fazendo seu controle
Predadores
São insetos maiores que os
insetos-praga. Eles matam suas presas e as consomem, e precisam de uma grande
população de pragas para completar seu ciclo de vida. Um exemplo de
predador é a Joaninha (Coccinellidae) que se alimenta de ovos de mariposas e de
pulgões
Entomopatógenos
São microrganismos como fungos, vírus e bactérias que causam doenças nas pragas e as matam. Um exemplo de entomopatógeno é Beauveria bassiana, um fungo que parasita vários insetos, incluindo os percevejos.
Existem alguns tipos e formas de
liberação do controle biológico:
Controle Natural
São os inimigos naturais de
insetos pragas que já existem no ambiente. O maior dever do produtor nesse caso
é conservar esses inimigos naturais, manejando o ambiente evitando aplicação de
produtos químicos que sejam seletivos a eles.
É importante manter plantas
hospedeiras do predador, para que eles se alimentem de presas alternativas
quando a praga não está presente na cultura.
Controle Clássico
Esse controle funciona a longo
prazo, por isso é realizado principalmente em culturas perenes ou semi-perenes.
Visa o manejo principalmente de pragas exóticas, sendo necessário a importação
e colonização de seus inimigos naturais para a ação ser efetiva. São
realizadas liberações em pequenas quantidades por algumas vezes no local de
incidência da praga.
Controle Artificial
Nesse tipo de controle, os
inimigos naturais são criados em laboratório em grandes quantidades, e após
isso liberados no local de infestação da praga. Como são produzidos em massa,
as liberações são extremamente grandes para que o controle seja feito
rapidamente. É o método de controle comercial mais utilizado, sendo
chamados popularmente de ‘inseticidas biológicos’.
E
quais as vantagens que o produtor terá ao utilizar o controle biológico?
Primeiramente, seguindo as
premissas do MIP (Manejo Integrado de Pragas), é uma alternativa ótima tendo em
vista a crescente incidência de insetos resistentes a inseticidas químicos em
nosso país e no mundo todo. Por conta da utilização excessiva de agroquímicos,
principalmente na hora errada, na dose errada, e da forma errada, os insetos
praga estão cada vez mais se tornando resistentes a mais princípios ativos,
assim, uma alternativa de manejo é o controle biológico. Além disso, a
utilização de inimigos naturais contribui para que os insetos-não-praga não
sejam afetados pelos inseticidas. Contribui ainda para a construção de um ambiente favorável para as
plantas se desenvolverem.
Outro ponto positivo no uso de
controle biológico é a lucratividade.
Pelo alto custo dos defensivos agrícolas, muitas vezes, o produtor deixa de
ganhar, em virtude das despesas durante a safra.
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