Metade dos solos agricultáveis do mundo está degradada, segundo informações da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO). A entidade estima que o gasto global com fertilizantes para repor os nutrientes perdidos com processos erosivos dos solos é de US$ 110 a US$ 200 bilhões, anualmente. Mas afinal o que é erosão e como isso pode afetar a lavoura?
A erosão, além de danificar o meio ambiente, retira uma camada superficial do solo que é rica em nutrientes, o que reduz o potencial produtivo das terras e pode gerar prejuízo na lavoura. Uma outra estimativa da FAO aponta que o fenômeno atinge cerca de 80% da terra agricultável do planeta e se tornou a principal ameaça ao solo saudável para a agricultura.
O que é erosão?
A erosão nada mais é do que o deslocamento de terra que acontece de um lugar para o outro. Na natureza, o processo erosivo ocorre pela ação natural do sol, de ventos e, principalmente, da água da chuva. No entanto, práticas do agronegócio podem contribuir para o processo ocorrer, como o desmatamento, plantio em terreno inclinado, queimadas, monocultivo, uso abusivo de fertilizantes e excesso de pastoreio.
A erosão também depende das características físicas, químicas e biológicas de cada solo. Dessa forma, os solos arenosos estão mais sujeitos ao movimento de terra. Embora sejam mais permeáveis, são normalmente muito soltos, o que favorece o trabalho das águas. Solos bem-estruturados, com maior volume de macroporos, têm permeabilidade rápida, facilitando a retenção da água, reduzindo o escoamento superficial e, com isso, o processo erosivo.
Consequência dos processos erosivos
Os arrastamentos de terra podem cobrir terrenos férteis com materiais áridos e transportar sedimentos até as águas. Assim, além de terras menos produtivas, a erosão provoca a morte da fauna e flora do fundo dos rios e lagos por soterramento e turbidez nas águas — o que dificulta a ação da luz solar na fotossíntese de algas, essencial para a purificação e oxigenação dos cursos hídricos.
A erosão também pode trazer defensivos agrícolas e adubos até os corpos de água. Como consequência, isso pode provocar o desequilíbrio na fauna e flora desses ecossistemas.
O processo provoca ainda o assoreamento dos rios e lagos. Assim, no período de chuvas, esses corpos-d’água extravasam, causando as enchentes. O movimento da terra causa também instabilidade nas partes mais elevadas dos terrenos, que podem levar a deslizamentos.
Como evitar?
O Sistema de Plantio Direto é a principal técnica utilizada no Brasil para evitar a erosão do solo. De acordo com a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), o método pode diminuir a incidência de erosão no solo em até 95% quando aplicado de maneira correta.
As ações têm como objetivo proteger o solo de fatores erosivos e são baseadas na ausência ou diminuição do revolvimento da terra, no aumento da cobertura do solo e na rotação de culturas.
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