O cultivo hidropônico, também chamado de hidroponia, consiste na produção de plantas sem que haja contato entre elas e o solo. Nesse caso, as raízes ficam submersas em uma solução nutritiva que contém todos os elementos necessários considerando a espécie cultivada, o estágio de crescimento dela, a temperatura e a iluminação do ambiente.
Essa técnica ganha cada vez mais espaço no Brasil, principalmente no cultivo de hortaliças, em que a alface é a mais produzida por meio do sistema. Além disso, também é possível produzir legumes, flores, frutas, cereais, plantas medicinais e até mesmo forragem animal, provando que se trata de uma prática versátil e com boa rentabilidade.
Justamente por isso, o cultivo hidropônico tem sido usado com frequência tanto em hortas caseiras como em produções comerciais. Embora tenha um custo alto de implementação, já que é necessário investir em uma estrutura específica, ao longo do tempo, esse sistema pode oferecer uma redução nos custos, pois os gastos com mão de obra são menores e não há preparo do solo.
Tipos de sistemas hidropônicos
Embora, de forma geral, a hidroponia seja conhecida como o cultivo na água, existem várias formas de implementar esse método, inclusive sem que as raízes fiquem submersas na solução líquida. Na verdade, há diversos tipos de sistemas hidropônicos, que podem ser classificados como estáticos ou dinâmicos e fechados ou abertos.
Quando um cultivo hidropônico é estático e fechado, isso significa que a solução nutritiva utilizada para manter as plantas não circula pelo sistema: ela permanece parada junto ou próxima às raízes e não retorna ao reservatório. Já quando se trata de um cultivo dinâmico e aberto, essa solução se movimenta pelo sistema e volta ao reservatório após essa circulação. Conheça os principais tipos de sistemas hidropônicos:
Sistema floating: nesse cultivo, as plantas flutuam sobre a solução nutritiva, com as raízes submersas nela. Geralmente, usa-se uma placa de isopor em cima do reservatório com o líquido, acomodando as mudas em pequenos furos. Nesse sistema, é necessário trocar a solução periodicamente e fazer a oxigenação dela constantemente. Trata-se de uma boa opção para áreas com calor intenso.
Sistema de pavio: trata-se de um cultivo mais voltado ao uso doméstico, principalmente em vasos decorativos, em que o sistema é estático e fechado. Nesse caso, um pavio conecta o vaso de planta a um reservatório contendo a solução nutritiva. É por esse pavio que a solução sobe, por meio de um fenômeno conhecido como capilaridade, e nutre o vegetal.
Sistema NFT (Nutrient Film Technique): este é o tipo de cultivo hidropônico mais utilizado e consiste no uso de uma motobomba, acionada por meio de um temporizador, que faz a solução circular por todo o sistema e voltar ao reservatório conforme o tempo definido pelo produtor. É preciso trocar a solução e desinfectar os tubos e o reservatório com frequência.
Sistema de subirrigação: nesse modelo, também se utiliza uma motobomba e um temporizador para que a solução nutritiva irrigue as raízes das plantas periodicamente, em geral, de duas a três vezes por dia, o que depende das necessidades da cultura produzida e também das características do ambiente. Depois de circular, a solução volta ao reservatório.
Sistema de gotejamento: nesse caso, as plantas são acomodadas em substrato e há gotejadores sobre a superfície desse material, junto ao pé das mudas, que são acionados por um temporizador. Embora não haja o contato das raízes com a solução como nos outros sistemas, esse também é um cultivo hidropônico, pois os nutrientes vêm única e exclusivamente do líquido nutritivo.
Sistema de aeroponia: esse modelo é o mais avançado em relação à tecnologia e, por isso, também é o que exige mais investimento. Nesse caso, as plantas são suspensas em uma câmara, cujo interior, onde ficam as raízes, é escuro e recebe a nebulização da solução nutritiva periodicamente. Do lado de fora, ficam as partes aéreas das mudas, que recebem luz natural ou artificial.
Para escolher o sistema de cultivo hidropônico ideal para você, é preciso considerar as características e necessidades da cultura que pretende produzir, as condições de clima na sua região, os cuidados que cada um dos modelos demanda, já que alguns exigem mais manutenção do que outros e, ainda, o orçamento disponível para investir nessa técnica.
O indicado é consultar um profissional especializado, que possa ajudar você a definir qual é o melhor sistema. Além disso, especializar-se nessa prática é fundamental para que os resultados sejam bons, já que, apesar de ser um modelo cada vez mais utilizado, a hidroponia tem várias particularidades que demandam muita atenção e cuidado.
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