Máquinas rasgando exaustivamente o campo de grãos (compactando o solo e acelerando o processo de erosão); terreno mexido na entressafra, escarificado e sem qualquer proteção (em decorrência do uso de técnicas como aração e gradagem, já suplantadas pelo plantio direto); uso homogêneo de defensivos e fertilizantes em terrenos com características diferentes (resultando em desperdícios e contaminação de partes do solo)… Não faz muito tempo que esse cenário era comum à rotina dos produtores rurais. Até a agricultura de precisão se consolidar no agronegócio!
No nosso post de hoje, você vai entender por que sua propriedade não pode mais deixar de implementar essas soluções em seu processo produtivo! Vale a pena conferir.
O vendaval tecnológico que promete varrer os métodos antigos de plantio
O mundo mudou e não dá para negar que os sistemas de plantio também estão se transformando. Em 1980, apenas 7% de todos os estabelecimentos agropecuários tinham um trator. Dá para acreditar?
Pois é, os estados de São Paulo e Rio Grande do Sul eram as exceções, concentrando, respectivamente, 44% e 25% dos tratores do país. No mais, eram utilizadas enxadas e tração animal, e não havia correção do solo — o que resultava em baixa produção.
Você conseguiria se imaginar produzindo nessas condições? Pois bem, assim como na década de 90, quem insistiu em se manter distante da mecanização e da biotecnologia foi engolido pelo mercado. Não é possível imaginar futuro diferente para quem, em plena era da agricultura digital, ainda evita as novas tecnologias e maquinários típicos da agricultura de precisão. Não seria seu caso, certo?
É a seleção natural do agronegócio. E encabeçando esse “darwinismo”, vemos sensores de produtividade, emprego de drones para agricultura e equipamentos autônomos. Além disso, a Ciência de Dados já vem sendo utilizada na agricultura, levando a AP a um novo patamar — no ritmo da revolução que a Internet das Coisas (IoT) vem causando sobre outros segmentos da economia.
O resultado dessas novas tecnologias no campo é o uso dos insumos na medida, horário e local exatos (redução de custos no agronegócio), menor impacto ambiental (maior longevidade do solo), eficiência extrema no controle de pragas, maior produtividade agrícola, redução de custos com manutenção e assistência técnica de equipamentos, entre outras centenas de benefícios.
É a era da agricultura digital. Mas você pode chamar também de agricultura de precisão — que, já em 2015, era utilizada por 42% dos produtores rurais de Mato Grosso. Veja que estamos citando apenas um estado, como exemplo. Esses percentuais são hoje bem mais altos em quase todo o país.
O que seria exatamente uma agricultura de precisão?
É muito fácil explicar o que é esse novo olhar sobre a agricultura. Imagine se você tivesse máquinas inteligentes que, com base na análise de dados do solo, conseguissem identificar as reais necessidades de cada fragmento dos talhões? Com isso, seria possível fazer a pulverização de forma automática!
Mais do que isso, seria possível também fazer a aplicação localizada de defensivos e o lançamento de fertilizantes a taxas variáveis (volumes diferentes aplicados de acordo com as necessidades específicas de cada metro quadrado). Só por esse início de raciocínio, já dá para supor a economia de escala que sua propriedade teria, certo? Eis o que é agricultura de precisão no dia a dia da lavoura.
Mas essa abordagem de produção vai além disso. Ela envolve sistemas inteligentes para realizar a irrigação de precisão (otimizando o uso da água nas lavouras), mapeamento em tempo real das condições de plantio (que pode ser visualizado remotamente, via smartphone), cálculo automático do NDVI (análise do vigor vegetativo, para oferecer subsídios à estimativa de produção), entre um oceano de mudanças na forma de pensar a produção no campo.
Conhecida também como AP, a agricultura de precisão é um conjunto de práticas agrícolas que utilizam tecnologias no campo — como Inteligência Artificial, Internet das Coisas (IoT), análise de dados por meio de algoritmos (Big Data), geolocalização, automação e robótica — para tornar o processo de cultivo mais preciso, automatizado, inteligente e independente.
Além das ferramentas de precisão, a abordagem também muda. Na agricultura convencional, a área produtiva é vista como homogênea, o que leva os produtores a usarem as necessidades médias do espaço para a inserção de insumos.
Na prática, essa mentalidade faz com que uma mesma quantidade de fertilizante seja aplicada sobre longas extensões de solos completamente distintos, culminando em desperdícios e produtividade disforme. A agricultura de precisão é uma forma de gerir um campo produtivo metro por metro, considerando que cada pedaço da fazenda tem características diferentes.
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