Fertilidade do solo é sinônimo de produtividade?
Muitas vezes escutamos falar da fertilidade do solo como se fosse igual a produtividade, ou que a produtividade fosse o meio pelo qual medimos a fertilidade de um solo.
Mas não é bem assim, os dois conceitos são bem diferentes, e a produtividade não pode ser a única medida para avaliar a fertilidade.
Como por exemplo, uma lavoura de milho na 1ª e 2ª safra: muitas vezes vemos menores produtividades na segunda safra na mesma área e mesmo manejo.
Essa diferença é principalmente devido a 2ª safra poder sofrer com estiagem, e a falta de água é crucial para as culturas.
Como você pode ver, a produtividade tem outras influências além da fertilidade do solo.
No entanto, um solo com alta fertilidade nem sempre terá altas produtividades, mas uma área de altas produtividades necessariamente terá um solo fértil.
Isso porque isso é básico para sua cultura poder expressar todo seu potencial de produção.
E o que é fertilidade do solo?
Segundo grandes pesquisadores Malavolta e Raij, a fertilidade pode ser considerada como a capacidade do solo de fornecer elementos essenciais à planta, condição a qual deve ser mantida durante todo o seu ciclo.
E eu nem preciso explicar o quão essencial são os nutrientes adequados para sua produtividade, basta verificá-la quando sua adubação não dá certo.
É por isso que a fertilidade do solo pode, e deve, ser parte do seu plano de altas produtividades como veremos ao longo do texto.
Como a fertilidade do solo pode ser um plano de altas produtividades?
A produção é uma relação entre os fatores:
- Planta
- Clima
- Manejo
- Solo
O manejo da fertilidade do solo fortalecem esses componentes e diminuem o impacto de fatores de estresse, como seca e outros.
Nesse sentido, existem três componentes principais da fertilidade do solo – físico, químico e biológico.
O nível de fertilidade do solo resulta das características naturais do solo e das interações que ocorrem entre esses três componentes.
A maioria das características que contribuem para a fertilidade do solo, como o pH do solo e a suscetibilidade do solo à compactação, dependem das partículas do solo.
O que ocorre na nossa área, incluindo o crescimento de plantas e a adição de fertilizantes, modificam as características do solo e alteram sua fertilidade.
Como por exemplo, sabemos que os solos brasileiros são ácidos, mas podemos modificar e resolver esse limitante pela calagem.
No entanto, algumas modificações no solo podem levar à degradação dos mesmos.
Manejo inadequado da área podem levar à degradação dos solos
O uso contínuo de fertilizantes, inseticidas, fungicidas, herbicidas e um manejo de solo inadequado pode perturbar o equilíbrio do solo e, consequentemente, sua fertilidade.
Em estudo recente, por exemplo, foi constatado redução de micorriza pela aplicação de glufosinato de amônio.
Muito outros estudos revelam que um manejo conservacionista, com cobertura de solo, mantém a umidade e ciclagem de nutrientes, aumentando a fertilidade do solo.
Desse modo, conhecendo o seu sistema de produção você pode tomar algumas medidas para melhorar a fertilidade do solo e, possivelmente, sua produtividade.
E é por isso que a fertilidade do solo faz parte do seu plano para alcançar altas produtividades.
Como começar esse plano? É isso que veremos a seguir:
Começando seu plano de fertilidade do solo para altas produtividades em 7 passos
Como já vimos aqui, um solo fértil conterá todos os nutrientes principais para nutrição básica de plantas.
No entanto, muitos solos, especialmente os brasileiros não possuem níveis adequados de todos os nutrientes ou condições de matéria orgânica.
Uma gestão integrada da fertilidade do solo visa maximizar a eficiência do uso agronômico de nutrientes e melhorar a produtividade das culturas.
Assim, precisamos manejar adequadamente nosso solo e para isso nada melhor do que um plano.
O planejamento nos faz pensar com calma em cada ponto de necessidade e é determinante para tudo sair bem, sem desperdícios e surpresas desagradáveis.
Por isso, vamos começar com o nosso plano para melhorar a fertilidade do solo!
(Fonte: Traduzido e adaptado de G-Source)
1.Faça o planejamento da necessidade de fertilizantes
Essa parte está diretamente relacionada a sua cultura, já que cada cultura tem uma necessidade diferente de nutrientes para o desenvolvimento das plantas.
Você pode pesquisar pela internet ou falar com seu consultor sobre a recomendação de adubação para seu próximo cultivo para obter bons resultados.
Nestes artigos você pode saber mais sobre adubação de soja:
Além disso, tenha em mente que todos os passos a seguir devem ser registrados e verificados os seus custos.
Dessa maneira você sabe exatamente qual foi seu manejo, podendo revisá-lo depois, e também com o que seu dinheiro foi utilizado.
2. Saiba seu tipo de solo
Diferentes tipos de solo resultam em diferentes tipos de manejo.
Por exemplo, solos arenosos tem seus nutrientes lavados mais facilmente, sendo mais interessante o parcelamento das adubações.
Para saber seu tipo de solo, além da observação em campo, é interessante coletar amostras e fazer uma análise física.
Saiba mais sobre análises de solo aqui.
3. Faça análise química de solo
Para conhecer o que é preciso colocar no seu solo quanto à corretivos e fertilizantes é essencial a realização de análises químicas de solo.
4. Faça a calagem adequada
Especialmente nos solos brasileiros, ácidos naturalmente, é essencial a prática de calagem.
Mas para essa prática ser o máximo eficiente e sem desperdícios, você precisa ter em mãos sua análise de solo e fazer os cálculos de calagem corretamente.
5. Faça a adubação necessária
O que eu quero dizer aqui é: não adube mais do que o solo e a planta precisa.
As plantas precisam de quantidades adequadas e níveis de teores de nutrientes certos.
É exatamente para isso que fazemos análises de solo.
Assim, tenha em mãos sua análise de solo e faça os cálculos de adubação. Esses cálculos são de acordo com essa análise e com a sua cultura.
Então para ter um manejo correto faça análise de solo periodicamente.
6. Faça análise de adubos orgânicos
Se você fizer uso de adubos orgânicos é muito importante que você faça a análise dos mesmos.
Só dessa maneira você saberá o quanto de nutrientes aplicou e o que precisa ser complementado por fertilizantes naturais.
7. Proteja o seu solo
A prova de que proteger o solo é fundamental para a fertilidade do mesmo é o Cerrado brasileiro.
Se antes os solos dessa região eram considerados de baixa produtividade, hoje são os mais produtivos do mundo, graças às tecnologias desenvolvidas.
O manejo conservacionista do solo, especialmente o plantio direto e a calagem, foi um dos principais fatores para que isso se tornasse realidade.
(Fonte:Adaptado de Embrapa e Resck et al.)
E esse tema é tão importante que merece um tópico especial a seguir:
Fertilidade do solo e a cobertura do solo
Seu método de preparo do solo é uma consideração importante porque isso afetará todo seu manejo e, consequentemente, a fertilidade do solo e nutrição de plantas.
O preparo convencional do solo acelera a decomposição da matéria orgânica, enquanto a falta de cobertura de solo facilita a erosão.
Ao adicionar culturas de cobertura você minimize as perdas da lavoura e maximiza os benefícios a longo prazo do solo.
Primeiro porque o cultivo de outra cultura que não sejam aquelas que a área recebe toda vez, ou seja, a rotação de culturas é benéfica na quebra de ciclo de pragas e doenças.
Esse cultivo também cria macro e microporos. Isso ajuda na aeração, retenção de água e maior exploração das raízes no solo.
A cobertura, com os restos vegetais dessa cultura, protege o solo da erosão, da perda de água e de temperaturas extremas.
Além disso, há aumento da atividade animal no solo, resultando em solo mais saudável e aumentando a fertilidade do mesmo.
Tudo isso pode resultar em ganhos incríveis de produtividade, como mostra a foto abaixo:
(Fonte: Fundação MS, 2010)
Além da cobertura de solo temos outras práticas que colaboram na manutenção e aumento da fertilidade do solo, como a adubação verde:
Fertilidade do solo e adubação verde
A fertilidade do solo pode ser ainda melhorada pela incorporação de culturas ao solo, a chamada adubação verde.
Essa prática adiciona matéria vegetal ao solo, o que leva a ciclagem de nutrientes e aumento dos níveis dos mesmos.
Em geral, os benefícios da adubação verde são similares aos das culturas de cobertura. A diferença é que aqui o foco é na ciclagem de nutrientes, e não há cobertura do solo.
Assim, a adubação verde promove um solo saudável e fértil. Ela repõe e minimiza as perdas que ocorrem através da absorção de plantas e outros processos.
Entenda mais como a adubação verde e a cultura de cobertura te ajudam na fertilidade do solo pela melhora na sua estrutura:
Culturas de cobertura e adubação verde colaboram na estrutura do solo
(Fonte: Quora traduzido por AEGRO)
O cultivo de outras espécies no seu sistema de produção produz macro e microporos pelo efeito de suas raízes, promovendo melhor estrutura do solo.
Além disso, como os microrganismos do solo digerem o material vegetal, especialmente leguminosas, eles produzem alguns compostos.
Alguns deles, como os polissacarídeos, funcionam como uma cola entre as partículas do solo.
Assim, esses açúcares complexos cimentam pequenas partículas de solo em aglomerados ou agregados, melhorando a estrutura do solo.
No entanto, esses açúcares de decompõem em questão de meses. Portanto, o efeito de agregação pode se renovar toda vez que faz cultura de cobertura.
As espécies de grama também promovem boa agregação, mas por um mecanismo diferente.
Essas raízes fibrosas das gramíneas podem liberar compostos que ajudam a agregar o solo entre as raízes.
Essa maior estrutura do solo permite melhor aeração, retenção de água e exploração do solo pelas raízes. Consequentemente, há maior fertilidade do solo.
Cultura de cobertura e adubação verde na matéria orgânica do solo
Leguminosas são materiais vegetais que são suculentos e ricos em proteínas e açúcares liberam nutrientes rapidamente, mas deixam para trás pouca matéria orgânica a longo prazo.
Gramíneas são materiais vegetais mais fibrosos que liberam nutrientes muito mais lentamente.
No entanto, elas promovem matéria orgânica mais estável a longo prazo, levando a aumento da capacidade de retenção de nutrientes e maior CTC do solo, resultando em aumento da fertilidade do solo.
Além disso, é importante ressaltar que a matéria orgânica se acumula muito lentamente no solo.
Um solo com 3% de matéria orgânica só pode aumentar para 4% após uma década ou mais de construção de solo.
Os benefícios do aumento da matéria orgânica, entretanto, provavelmente serão aparentes muito antes do aumento das quantidades serem detectáveis.
Alguns, como agregação aprimorada, taxas de infiltração de água e liberação de nutrientes, serão aparentes nas primeiras safras.
Outros podem levar vários anos para se tornar perceptível, tudo depende da sua área e do seu manejo.
Conclusão
A fertilidade do solo nem sempre é sinônimo de alta produtividade, mas deve fazer parte de um plano para atingi-la.
Para isso algumas medidas devem ser tomadas: análises de solo, cálculos, culturas de cobertura, adubação verde e outros.
Mas tudo isso deve ser muito bem planejado e orçado, fazendo com que não haja custos em excesso.
É dessa forma que você conseguirá aumentar sua fertilidade de solo consistentemente, baseado em dados, e resultando em aumento da produtividade ao final da safra.
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